Igreja/Política: Bispo auxiliar de Braga alerta para a necessidade de dignificar a ação partidária

D. Manuel Linda destaca papel do clero e dos religiosos, que têm a “a obrigação” de “propor” junto daqueles meios os «critérios» do Evangelho

Lisboa, 26 jul 2013 (Ecclesia) – D. Manuel Linda, bispo-auxiliar de Braga, considera essencial dignificar a ação partidária que, “no atual momento histórico”, funciona como um dos instrumentos mais decisivos para a defesa do “bem comum”. 

Num texto incluído na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o prelado chama a atenção para o papel do clero e dos religiosos, que apesar de serem “chamados a abster-se, direta e indiretamente, de militar em partidos e de os favorecer ou obstaculizar”, têm “a obrigação” de “propor” junto daqueles meios “os critérios da Doutrina Social da Igreja”. 

“A noção de ‘bem comum’, objetivo último da política, deve incluir não apenas as coisas materiais, mas também a abertura e orientação para as realidades do espírito, nas quais se insere a dimensão meta-temporal”, salienta o responsável católico. 

No dia 29 de setembro os cidadãos portugueses vão ser chamados a votar nas eleições autárquicas, que segundo o prelado, “pela proximidade efetiva com as populações, são, entre todos os atos eleitorais, aquele que gera mais amores e desamores, proximidades e divisões”. 

D. Manuel Linda recorda a “constelação de valores” que devem reger os crentes, no momento de aderirem a determinada cor ou ideologia partidária e que foram identificados pelo Papa João XXIII: “verdade, liberdade, justiça e amor/caridade”. 

“O recente Magistério da Igreja ajuntou-lhe mais dois, de absoluta urgência: a defesa da vida humana em todas as fases da sua existência e a proteção da família heterossexual”, salienta o bispo. 

Como “nenhum partido corresponde integralmente às exigências da fé” – acrescenta – os católicos devem basear a sua escolha em “pressupostos críticos” determinados pelo “Evangelho” e “não” em “motivos ideológicos”. 

Apesar do sufrágio deste ano estar marcado “pela novidade da reforma administrativa” das autarquias, D. Manuel Linda espera que o “compromisso” pelo bem-comum se sobreponha às querelas relacionadas com “bairrismos e autonomismos”. 

JCP

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