Brasil: JMJ 2013, obra de dois Papas

Encontro do Rio de Janeiro foi convocado por Bento XVI, que escolheu tema e escreveu mensagem, e vai ser presidido por Francisco

Lisboa, 22 jul 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco parte hoje para o Rio de Janeiro, Brasil, onde vai presidir à Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013, uma edição programada por Bento XVI, que escolheu o tema e escreveu uma mensagem.

Tal como aconteceu em 2005 com o agora Papa emérito, em Colónia (Alemanha), a primeira viagem internacional de Francisco vai ter como destino a cidade que acolhe esta jornada, numa escolha do seu predecessor que ambos mantiveram na agenda pontifícia.

O tema ‘Ide e fazei discípulos de todos os povos’, expressão baseada no evangelho segundo São Mateus, foi anunciado por Bento XVI durante uma audiência geral.

O mesmo Papa emérito tinha anunciado em Madrid (Espanha), no final da JMJ 2011, que a próxima cidade a acolher o evento internacional seria o Rio de Janeiro.

Esta será a segunda vez que uma cidade sul-americana acolhe a edição internacional da JMJ, depois de Buenos Aires (Argentina), em 1987, na primeira ocasião em que a iniciativa criada por João Paulo II 1920-2005) saiu de Roma.

O Papa Francisco vai participar nos atos conclusivos deste encontro internacional de jovens promovido pela Igreja Católica, que decorre entre terça-feira e domingo.

Nas suas mãos, os participantes vão ter a mensagem que Bento XVI escreveu para a JMJ 2013, na qual desafia os jovens a participarem no esforço evangelizador da Igreja Católica e a serem portadores da esperança de Deus junto dos colegas e no meio das “dificuldades do mundo contemporâneo”.

O texto sublinha que atualmente “não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho”.

“A luz da fé ilumina esta escuridão, fazendo compreender que toda a existência tem um valor inestimável, porque é fruto de Deus”, salientou Bento XVI, que chama a atenção para as possibilidades de testemunho abertas pelos “novos meios de comunicação”, como o facebook e o twitter.

Cabe “aos jovens, que se encontram quase espontaneamente em sintonia” com aquelas ferramentas, “a evangelização deste continente digital”, sustentou o agora Papa emérito, reforçando um repto que já havia deixado em 2009, durante a celebração do Dia Mundial das Comunicações Sociais.

Sobre este ponto, Bento XVI alertou os jovens para a importância de usarem “com sabedoria” o meio digital, “levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede”.

“O progresso técnico deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas”, destacou.

Bento XVI deixou votos que a jornada do Rio de Janeiro permita aos jovens crescerem em conjunto na adesão à “grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual dois mil anos depois”.

OC

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