Explorar os imigrantes contradiz o «Império do Espírito Santo»

Na mensagem da Festa dos Povos, D. António Sousa Braga pede acções inspiradas no humanismo Na solenidade de Pentecostes, dia 30 de Maio, celebra-se, na diocese de Angra, o dia diocesano do Imigrante. A “Festa dos Povos” – chama-lhe D. António Sousa Braga, Bispo de Angra, na mensagem para este dia – é o «Império do Espírito Santo», que os açorianos celebram, neste Tempo Pascal, com inúmeras “funções, bodos e coroações”, como expressão de partilha e de gratuidade, de convivência fraterna e de solidariedade. “Atitudes estas que não se podem reduzir a um dia de festa, mas que devem ser uma constante da vida em comunidade” – realça o prelado na sua mensagem de Pentecostes. O “espírito católico”, que caracteriza à “nossa matriz cultural”, essa convivência comunitária, fraterna e solidária, tem de estar aberta, não apenas aos «nossos» – membros da própria família, freguesia e ilha – mas a todos, também aos estrangeiros” – apela D. António Sousa Braga. Nas Visitas Pastorais que tem feito nas várias ouvidorias daquele arquipélago, D. António Sousa Braga tem-se encontrado com trabalhadores imigrantes e tem verificado que “eles mostram-se reconhecidos pelo acolhimento recebido: apreciam muito o apoio assistencial, mas sobretudo jurídico. É que às vezes vêem-se perdidos nas teias da burocracia”. Apesar de estarem reconhecidos aos açorianos lamentam “alguma exploração da parte, não só de um ou outro empresário, mas também de cristãos, que, por exemplo, alugam casas, por preços exorbitantes e em más condições. Ficam escandalizados que isso aconteça, numa Região de maioria católica. É caso, para pôr a mão na consciência!” – menciona o prelado. Perante estas situações, o bispo sublinha que “isso não é catolicismo. Contradiz o «Império do Espírito Santo»” A situação “é complexa” mas urge romper “este círculo vicioso: não têm contrato de trabalho, porque não estão legalizados; não podem ser legalizados, porque não têm contrato de trabalho” – denuncia o bispo de Angra É tempo de sair de uma “situação de «emergência»”. Para além das intervenções pontuais de diversas entidades, públicas e privadas, tem de “haver uma acção concertada, inspirada no humanismo, que não só em políticas economicistas” – concluiu. Notícias relacionadas •A Festa dos Povos

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