Vaticano vai colaborar com investigações

Padre suspenso preventivamente da administração da Santa Sé foi preso na Itália, por suspeita de fraude

Cidade do Vaticano, 28 jun 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano manifestou hoje a “disponibilidade” da Santa Sé para colaborar com quaisquer investigações financeiras à sua administração, em resposta à detenção de monsenhor Nunzio Scarano, por suspeita de fraude e corrupção.

O sacerdote tinha sido “suspenso do serviço” junto da Administração do Património da Sé Apostólica (APSA) há mais de um mês, assim que os seus superiores souberam que estava a ser investigado.

A decisão decorreu do regulamento da Cúria Romana, que impõe a suspensão preventiva para as pessoas que tenham sido alvo de uma ação penal.

Segundo o padre Federico Lombardi, diretor da sala de imprensa da Santa Sé, o Vaticano ainda não foi contactado pelas autoridades italianas, mas confirmou a “sua disponibilidade para uma plena colaboração” no caso.

A Autoridade de Informação Financeira do Vaticano está a acompanhar a questão para tomar, “se necessário, as medidas apropriadas da sua competência”, acrescentou.

As detenções, por ordem do Ministério Público de Roma, decorrem das investigações lançadas pela Justiça italiana em 2010 ao Instituto para as Obras de Religião (IOR), o chamado “Banco do Vaticano”.

Segundo a agência italiana Ansa, a investigação que motivou as detenções está relacionada com a tentativa de introduzir 20 milhões de euros em notas, provenientes da Suíça, numa conta que monsenhor Scarano tinha no Banco do Vaticano.

Além do sacerdote, foram detidos um ex-membro dos serviços secretos italianos e um intermediário financeiro.

O Papa criou esta quarta-feira uma comissão de inquérito para o IOR, que tem como finalidade recolher “informações precisas sobre a situação jurídica e as várias atividades do Instituto”.

O documento (quirógrafo) assinado por Francisco indica que “o sigilo e quaisquer outras restrições estabelecidas pelo sistema legal não inibem ou restringem o acesso da Comissão a documentos, dados e informações”.

Os cinco membros da comissão, que inclui dois cardeais e uma leiga norte-americana, têm como missão procurar “uma melhor harmonização” do IOR com a “missão universal” da Igreja Católica e da Santa Sé, no “contexto mais geral das reformas que seja oportuno realizar por parte das instituições que auxiliam a Sé Apostólica”.

OC

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