Porto despede-se de D. Manuel Clemente

Porto, 24 jun 2013 (Ecclesia) – A Diocese do Porto está a despedir-se de D. Manuel Clemente, que a 6 de julho vai tomar posse na Sé de Lisboa, após ter sido nomeado patriarca da capital portuguesa pelo Papa Francisco.

O patriarca eleito de Lisboa, de 64 anos, foi bispo do Porto desde março de 2007 e deixou, segundo o padre Américo Aguiar, vigário geral da diocese nortenha, uma “presença permanente de muita proximidade em todos os âmbitos de ação pastoral”.

O chefe do Gabinete Episcopal e do Gabinete de Informação sublinha particularmente o “choque positivo” provocado pela ‘Missão 2010’ que D. Manuel Clemente promoveu, para mostrar o que as comunidades católicas são capazes de fazer.

Esse ano ficou marcado pela visita de Bento XVI, o agora Papa emérito, que encerrou no Porto a sua visita de quatro dias a Portugal, com passagens por Lisboa e Fátima.

Já o padre António Bacelar, responsável pelos secretariados diocesanos da Pastoral Universitária e Juvenil, lembra o encontro ibérico com a comunidade ecuménica de Taizé (França), no âmbito dessa mesma missão.

“São hoje muitas dezenas de comunidades que se alimentam mensalmente desse mesmo ritmo”, assinala.

Helena Conde foi a cabeleireira do futuro patriarca de Lisboa, durante os últimos seis anos, e destaca a proximidade e simplicidade do bispo, com quem conversa “de coisas normais”.

Antero Braga, proprietário da Livraria Lello, recorda o primeiro encontro com D. Manuel Clemente, sem saber que era o bispo do Porto, tendo chegado à conclusão de que estava perante uma “personalidade fortíssima”.

“É um homem convicto, sério, extraordinariamente culto, que consegue transformar o que é complicado em situações simples, um homem que ama os que mais sofrem. A cidade do Porto fica indelevelmente marcada pela sua personalidade”, observa.

O historiador Germano Silva, por sua vez, relata os passeios com D. Manuel Clemente, também ele especialista em História, e o contacto com quem se aproximava.

“O que me impressionou, sobretudo, foi a facilidade com que comunicava com as pessoas que vinham ter com ele”, lembra.

[[v,d,4019,Memórias e histórias de mais de 6 anos como Bispo do Porto]]Teresa e Carlos Grijó, das Equipas de Nossa Senhora, partilham a surpresa perante a simplicidade de um bispo que aceitou ser assistente espiritual deste movimento de casais católicos, sem nunca faltar a um dos seus encontros mensais.

“Foi assistir a uma das nossas reuniões e no fim disse que sim, que seria assistente da nossa equipa. Ficamos satisfeitos e espantados com aquela proximidade e aquela simplicidade”, relata Teresa.

O padre Manuel Martins, pároco de Paranhos, admite que já sente “saudades” perante a partida do bispo para Lisboa, e lembra o momento em que, ao lembrar um episódio histórico, junto ao Rio Douro, D. Manuel Clemente começou a cantar o ‘Hino da Maria da Fonte’.

“Conhece o século XIX como ninguém, trata a História por ‘tu’. Vou ter saudades desses momentos de descontração”, confessa.

Para o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), a mudança do bispo do Porto para a capital portuguesa vai ser “muito importante para a Igreja e para o país”.

“Ele tem uma atenção muito especial pela pessoa humana e pelos mais carenciados, em especial”, precisa.

A entrada solene de D. Manuel Clemente no Patriarcado de Lisboa vai decorrer a 7 de julho, numa celebração marcada para as 16h00, no Mosteiro dos Jerónimos.

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Agência ECCLESIA

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