Vaticano: Papa evoca «mártires» da verdade

Francisco elogia católicos que dão a vida em nome de Jesus e pede aos jovens que vão «contra a corrente»

Cidade do Vaticano, 23 jun 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco evocou hoje no Vaticano a figura de São João Batista, que se celebra anualmente a 24 de junho, para elogiar os que dão a vida em nome da verdade, “contra a corrente”.

“João consagrou-se todo a Deus e ao seu enviado, Jesus, mas no fim foi morto por causa da verdade”, disse, antes da recitação dominical da oração do Angelus, lembrando as “muitas pessoas que pagam com um alto preço o seu compromisso pela verdade”.

Francisco destacou os “homens retos” que preferem “ir contra a corrente” para não renegar “a voz da consciência e a voz da verdade”.

O Papa convidou os jovens presentes a assumirem “sem medo” esse compromisso e a rejeitarem os “valores” errados que “estragam a vida”.

“A vós jovens, e que são tantos, digo: não tenhais medo de caminhar contra a corrente, quando vos querem roubar a esperança, quando vos propõem valores que são valores deteriorados, valores como a comida estragada – e quando uma comida se estragou, faz-nos mal; esses valores prejudicam, mas devemos caminhar contra a corrente”, disse, de improviso.

A intervenção partiu de uma “regra de vida” apresentada por Jesus nos evangelhos: “Quem quiser salvar a sua vida há de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa há de salvá-la”.

“Hoje temos mais mártires do que nos primeiros séculos”, advertiu Francisco, ao falar destes católicos como o “exemplo máximo do perder a vida por Cristo”.

O Papa aludiu à multidão “imensa” de homens e mulheres que “sacrificaram a sua vida para permanecerem fiéis a Jesus Cristo e ao Evangelho”.

Ainda hoje, acrescentou, “há mártires, homens e mulheres que são presos, mortos, apenas pelo facto de serem cristãos”.

Francisco abordou ainda um “martírio quotidiano” que não implica a morte mas que é também um “perder a vida” por Cristo, ao cumprir o seu próprio dever “com amor, segundo a lógica de Jesus, a lógica do dom, do sacrifício”.

“Quantos pais e mães põem todos os dias em prática a sua fé, oferecendo concretamente a sua vida pelo bem da família. Quantos sacerdotes, irmãos, irmãs desenvolvem com generosidade o seu serviço pelo Reino de Deus! Quantos jovens renunciam aos próprios interesses para se dedicarem às crianças, aos deficientes, aos idosos”, elencou.

O Papa deixou uma palavra de apreço às pessoas, cristãs ou não, que “perdem a sua vida” por causa da verdade, afirmando que “quem serve a verdade, serve Cristo”.

Como habitualmente, Francisco despediu-se com votos de “bom domingo” das dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

“Rezai por mim e bom almoço”, concluiu.

OC

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