D. Orani Tempesta considera que a iniciativa católica pode mesmo ajudar a «um olhar diferente» sobre «as reivindicações» do povo brasileiro
Cidade do Vaticano, 19 jun 2013 – O bispo do Rio de Janeiro não teme que o atual clima de instabilidade e manifestação popular no Brasil venha a “afetar” a Jornada Mundial da Juventude, que ali vai ter lugar entre 23 e 28 de julho.
Em entrevista concedida hoje à Rádio Vaticano, D. Orani Tempesta considera que a iniciativa da Igreja Católica surge mesmo como “uma boa proposta” nestes tempos mais conturbados.
O prelado sublinha que “a jornada é um evento positivo com a juventude, uma juventude que tem valores, valores cristãos que também querem mudar o mundo, com um coração de justiça e de paz, e que podem dar um olhar diferente para as reivindicações” do povo brasileiro.
Praticamente todos os Estados brasileiros estão a ser palco de manifestações populares contra o Governo – o que começou por ser um protesto pacifico convocado através das redes sociais por causa da subida das tarifas dos transportes públicos no país depressa ganhou novas proporções.
Em causa está também o investimento financeiro do executivo de Dilma Roussef na construção de novos estádios para o mundial de futebol de 2014, num país marcado pela pobreza, pelo crime e insegurança, pela corrupção e por insuficiências ao nível dos apoios sociais e de saúde.
De acordo com o bispo do Rio de Janeiro, “a maioria” das pessoas envolvidas nos protestos desejam apenas “tempos melhores”.
“São manifestações que fazem parte de qualquer país democrático” e que dão “voz ao povo”, realça D. Orani Tempesta que, no entanto, deixa vincada a sua “preocupação” pela “violência” que tem marcado a ação de alguns grupos, ainda que “minoritários”.
O Papa Francisco chega ao Brasil no dia 22 de julho, naquela que será a sua primeira viagem apostólica desde que foi eleito em março.
RV/JCP