Igreja/Sociedade: Novo patriarca de Lisboa sublinha falta de consenso relativamente à coadoação por homossexuais

D. Manuel Clemente diz que temas «fraturantes» exigem debate alargado antes das decisões políticas

Bruxelas, 30 mai 2013 (Ecclesia) – O novo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, disse hoje que o Parlamento português deveria ter esperado por um debate alargado sobre a possibilidade de coadoção em uniões do mesmo sexo antes de legislar sobre o tema.

“Nós em Portugal já estamos todos assim muito consonantes de que é dispensável a conjugação masculino-feminino quer no que diz respeito ao casamento quer no que diz respeito à adoção. Eu não vejo que haja consenso em relação a este ponto, isto não é um ponto acessório”, referiu o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, citado pela Rádio Renascença, à margem de uma visita a Bruxelas.

A nova legislação prevê a coadoção por parte do cônjuge ou unido de facto do pai ou mãe da criança, desde que não exista outra parentalidade anteriormente estabelecida.

“Como sociedade temos de nos entender, temos de aprofundar as temáticas, para depois então a nível político tomarmos decisões. Se não elas ficam no papel, a sociedade em grande parte reage, muitas vezes mais passivamente do que ativamente, mas o problema é a credibilidade política”, defendeu D. Manuel Clemente.

O projeto de lei n.º 278/XII do PS foi aprovado na generalidade a 17 de maio, com 99 votos a favor e 94 contra, além de nove abstenções.

“Tenho as maiores dúvidas em relação a essa medida, que ainda não está definitiva, e em relação a outras chamadas fraturantes, que as decisões políticas tenham sido suficientemente informadas”, observou o vice-presidente da CEP.

Segundo o responsável, a decisão exigia maior “esclarecimento” dos deputados e da “própria sociedade em si”.

“Quando (os deputados) faltam tanto a votações importantes, dá ideia de que não se deram bem conta do que está em causa”, disse o novo patriarca.

D. Manuel Clemente marcou presença esta manhã num encontro de líderes religiosos com os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em Bruxelas

RR/OC

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