Concerto coproduzido com o Teatro Nacional de São Carlos vai ter lugar, hoje, em Vila de Frades
Beja, 01 jun 2013 (Ecclesia) – A igreja de São Cucufate, em Vila de Frades, vai receber este sábado o concerto “As Estações” de Franz Haydn (1732-1809), integrado no Festival Terras Sem Sombra que está a ser promovido pela Diocese de Beja.
Numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, a organização salienta que quem acorrer ao templo daquela “histórica localidade” do concelho da Vidigueira, a partir das 21h30, poderá assistir a um espetáculo “de exceção”, preparado em parceria com o Teatro Nacional de São Carlos.
Paolo Pinamonti, diretor artístico do festival, destaca a pertinência da obra para aquilo que a Diocese de Beja pretende fomentar: o diálogo entre música, património e natureza.
“Nesta oratória evoca-se com grande virtuosismo – desde o canto dos pássaros e o coaxar das rãs, até ao lavrador que semeia, do toque do sino e do zumbido dos insetos, até ao pastor que toca uma melodia numa cana ou à canção da roda de fiar – o equilíbrio perfeito, entre o homem e o Mundo, numa sintonia idílica”, aponta.
O “palco” escolhido para a apresentação da obra, uma das mais importantes de Haydn, também vai ao encontro dos objetivos do Terras Sem Sombra.
De acordo com José António Falcão, “As Estações” de Haydn “adquirem um significado muito especial numa zona de excecional riqueza agrícola, e especialmente vinícola, em que a interação do homem com a terra modelou, ao longo de muitos séculos, uma paisagem notável”.
“A villa romana de S. Cucufate, que deu lugar, na Idade Média, a um mosteiro famoso, é extraordinária prova disso, tal como o património religioso que chegou aos nossos dias”, salienta o diretor geral do certame.
Estreada em 1801, em Viena, a composição de Haydn “consiste na celebração de um mundo quase paradisíaco, propondo uma reflexão lúdica, mas profunda, acerca da relação da natureza com a humanidade”, tendo como pano de fundo as transformações que ocorrem entre a Primavera, Verão, Outono e Inverno.
A interpretação do concerto vai estar a cargo de três “figuras de referência da cena musical ibérica”, a soprano Carmen Romeu, o barítono Luís Rodrigues e o tenor Mário João Alves, sob a batuta do maestro Donato Renzetti.
JCP