Família: Vaticano desmente mudança de posição sobre divorciados recasados

Conselho Pontifício nega proposta de alteração na disciplina da Igreja nestes casos

Cidade do Vaticano, 26 abr 2013 (Ecclesia) – O Conselho Pontifício para a Família, organismo da Santa Sé, desmentiu estar a preparar um novo documento sobre os “divorciados recasados” que admitiria, segundo a imprensa, a possibilidade destes comungarem.

Em nota oficial, o referido conselho diz que as notícias divulgadas nos últimos dias “não têm qualquer fundamento”.

O tema esteve em destaque no 7.º Encontro Mundial das Famílias (EMF) que decorreu em Milão, Itália, em junho de 2012, com a presença de Bento XVI, que lembrou por várias vezes a situação dos católicos divorciados.

“Quero dedicar uma palavra também aos fiéis que, embora compartilhando os ensinamentos da Igreja sobre a família, estão marcados por experiências dolorosas de falhançoe separação. Sabei que o Papa e a Igreja vos apoiam no vosso sofrimento e na vossa fadiga”, disse o agora Papa emérito, na missa conclusiva do encontro, que reuniu cerca de um milhão de pessoas.

“Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, enquanto almejo que as dioceses assumam adequadas iniciativas de acolhimento e proximidade”, acrescentou.

Um dia antes, perante 350 mil pessoas, Bento XVI tinha abordado o tema dos católicos que, após o divórcio, se voltaram a casar, admitindo que este é “um dos grandes sofrimentos da Igreja de hoje”.

“Não temos soluções fáceis”, observou, em resposta às questões colocadas por um casal brasileiro, sublinhando que a Igreja “ama” as pessoas que estão nessa situação e que as mesmas “devem ver e sentir esse amor”.

As paróquias e comunidades católicas, referiu o Papa alemão, devem fazer “todos os possíveis” para que os recasados sintam “que não estão fora, ainda que não possam receber a absolvição [na confissão] e a eucaristia [comunhão]”.

“Mesmo sem a receção corporal do sacramento, podemos estar espiritualmente unidos a Cristo no seu corpo”, acrescentou, antes de pedir que os divorciados “encontrem realmente a possibilidade de viver uma vida de fé”.

O EMF 2012 contou com a presença da Associação de Famílias Cristãs Separadas.

OC

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