Fátima e a integração dos emigrantes no Luxemburgo

Os portugueses presentes no Luxemburgo são os responsáveis pelo maior evento religioso no país, a peregrinação ao Santuário de Nª Sª de Fátima, em Wiltz. A grande festa juntou mais de 20 mil portugueses e milhares de luxemburgueses, na Solenidade da Ascensão, numa cerimónia presidida pelo Bispo português D. Januario Torgal Ferreira, presidente da Comissão episcopal para as migrações e turismo. “Os portugueses são uma comunidade com uma implantação muito forte no Luxemburgo, muito respeitados pela sua capacidade de trabalho e de serviço ao país, como acontece noutros locais, e tive oportunidade de frisar que se a emigração foi um momento de provação, ela foi também uma ocasião para crescer na fé, como eles mesmos reconhecem”, afirma à Agência ECCLESIA. Na cerimónia estiveram o arcebispo do Luxemburgo e várias autoridades civis, presenças que para D. Januário são “reflexo da cooperação muito estreita entre o poder civil e o religiosos, sem subserviência”. O prelado destaca que este acontecimento, apesar de não ser único no género dentro do contexto da emigração portuguesa, assume a particularidade de ter uma organização integrada na comunidade local, a nível religioso e social. A Visita Pastoral ao Luxemburgo, onde o prelado foi acompanhado pelo Pe. Rui Pedro, director da Obra Católica Portuguesa de Migrações, incluiu um encontro bilateral com a Comissão Episcopal de Migrações local, outra reunião com os agentes da Capelania Nacional Portuguesa, conferências junto dos emigrantes e celebrações litúrgicas em varias comunidades. D. Januário Torgal Ferreira relata que o diálogo com a comunidade emigrante – “multidões”, como a elas se referiu – centrou-se “na construção da Igreja Católica no mundo da emigração”. Para este responsável, o exemplo do Luxemburgo merece a atenção das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, atendendo à sua presença na Igreja local. “Numa das eucaristias que celebrei participaram muitos luxemburgueses e falamos em português e francês. Esta é uma fórmula pastoral que eles estão a experimentar e é muito importante que os portugueses se integrem cada vez mais e que os luxemburgueses acolham cada vez mais os nossos emigrantes”, explica. Nesse sentido, defende que a oração e a celebração da fé em comum são dados fundamentais. “Junto dos emigrantes deve existir sempre este trabalho de reflexão: o serviço evangelizador deve abranger a formação da fé e os critérios cristãos para a construção da sociedade”, conclui.

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