Vaticano lembra que a pobreza extrema pode levar a actos desesperados

Simpósio sobre África concluiu que as condições de vida nesse continente têm vindo a piorar O Vaticano acusa os países desenvolvidos de ignorarem que as condições de vida no continente africano têm vindo a piorar e alerta que a pobreza extrema pode levar a actos desesperados. “O mundo ocidental deve estar consciente de que os povos excluídos, se não se empreender o caminho de um autêntico desenvolvimento, acabarão por acreditar que não há outra opção que a do terrorismo. E isto poderia converter-se num novo modo de fazer guerra”, afirmou o secretário para as Relações com os Estados da Santa Sé. O arcebispo Lajolo constatou que “após o ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos no 11 de Setembro de 2001, as condições de vida de muitos países africanos pioraram decididamente”. O líder da diplomacia do Vaticano falou num “assalto” aos recursos minerais e petrolíferos do continente, por parte dos países industrializados, e classificou como um escândalo que a África seja o continente mais endividado e, apesar disso, se gastem fortunas na aquisição de armas”. O futuro de África foi debatido no Vaticano, num encontro promovido pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz, juntando os embaixadores dos países africanos na Santa Sé, especialistas e personalidades de organizações internacionais. Mensagem do Papa Na mensagem enviada aos participantes desta iniciativa, João Paulo II manifestou o desejo de que o Continente africano seja o principal protagonista do seu desenvolvimento económico e social na era da globalização. “A África tem uma necessidade urgente de paz, justiça e reconciliação, bem como da ajuda dos países industrializados, chamados a sustentar o desenvolvimentos deste continente para que os povos africanos sejam verdadeiramente protagonistas do seu futuro”, afirmou. O Papa refere que “os numerosos focos de violência que ensanguentam a África, a Sida e as outras pandemias, bem como os dramas da miséria e da injustiça continuam a pesar sobre o futuro do Continente, produzindo efeitos negativos que hipotecam o desenvolvimento da África e a estabilização duradoura da paz”.

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