Portugal: Papa Francisco trouxe à Igreja um projeto «mobilizador e respeitador»

Professor Manuel Pinto e jornalista Laurinda Alves analisam primeiros 30 dias do sucessor de Bento XVI

Lisboa, 10 abr 2013 (Ecclesia) – Profissionais ligados à área da comunicação social consideram que o pontificado do Papa Francisco está a conseguir tocar em pontos essenciais para a revitalização da Igreja Católica.

Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, o professor Manuel Pinto, da Universidade do Minho, destaca a forma aberta e próxima como o sucessor de Bento XVI tem conduzido a sua missão, sobretudo junto daqueles que têm “pouco a ver com a fé cristã”.

Para o docente especializado em Ciências da Comunicação, este comportamento deixa antever a vinda de “um projeto mobilizador e respeitador”, de uma Igreja Católica que quer resolver as suas “diferenças”, reforçar o “diálogo ecuménico” e ganhar novo fôlego dentro da sociedade.

“Há uma desafetação cada vez maior relativamente à prática religiosa, sobretudo dos segmentos mais jovens” e que “deve ser motivo de preocupação”, tal como a falta de “vocações” sacerdotais e religiosas, recorda Manuel Pinto.

Os apelos do Papa argentino para a construção de uma “Igreja pobre e para os pobres” constituem também um sinal importante de mudança e renovação, segundo os agentes mediáticos que acompanham o dia a dia do Vaticano.

A jornalista Laurinda Alves defende que o repto lançado por Francisco durante um encontro com os órgãos de comunicação social que acompanharam a sua eleição, no dia 16 de março, constituiu até agora o “sinal de maior vigor” vindo do Papa.

Aquela mensagem remeteu para uma “atualização” dos valores de Cristo, “para quem o verbo que importava conjugar” era “o verbo ser”, sustenta.

A antiga colaboradora da Rádio Renascença, atualmente a trabalhar como independente, acredita que o Papa “vai ter de arregaçar as mangas e pôr as mãos na massa” para resolver “questões fraturantes internas na Igreja”.

“Há situações que os crentes têm dificuldade em aceitar, situações de pouca clareza, de pecado gravíssimo, de lutas intestinas pelo poder”, reconhece a jornalista, que espera também melhorias ao nível da “comunicação” eclesial.

Nesta área, Laurinda Alves saúda a atitude “contagiante” de Francisco, que tem sabido falar para “dentro e fora dos meios católicos, para os que estão nas franjas, para os duvidosos, os céticos, para as pessoas um pouco mais distantes”.

O balanço dos primeiros 30 dias do pontificado do Papa Francisco está a ser tema de destaque no Programa ECCLESIA desta semana, na Antena 1, sempre a partir das 22h45.

Este assunto vai também estar no centro da nova edição do Semanário ECCLESIA, que vai ser publicada esta quinta-feira.

SN/JCP

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top