Festival «Quadragésima» no Concelho do Fundão leva aos fiéis e turistas «representações sacras, sermões medievais e orações antigas»
Lisboa, 28 mar 2013 (Ecclesia) – O padre Francisco Barbeira, da Diocese da Guarda, destaca a importância das iniciativas culturais que “nos últimos anos” têm ajudado a manter as tradições pascais mais emblemáticas da região.
Num texto publicado na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o sacerdote sublinha em particular um programa que surgiu na zona do Fundão, “por iniciativa da Câmara local”, a “Quadragésima”.
Este festival de teatro, música e espiritualidade marca a Quaresma e a Semana Santa naquela localidade e “reúne diversas linguagens artísticas ao calendário religioso que celebra a paixão, morte e ressurreição de Cristo”.
Quem tem oportunidade de assistir ao evento, é convidado a partir à “redescoberta das tradições religiosas do território”, das suas “festas, procissões, representações sacras, dramas litúrgicos, sermões medievais e orações antigas”, realça o padre Francisco Barbeira.
Por outro lado, a “Quadragésima” ajuda também a “valorizar o património artístico local”, que caso contrário se poderia perder progressivamente no tempo.
Viajando até à paróquia de Vila Maior, no Concelho do Sabugal, fiéis e turistas podem assistir à recriação dos “últimos dias de Jesus”, através da peça “Paixão de Jesus segundo São Lucas”, encenada por cerca de “centena e meia de atores” locais totalmente “amadores”.
No Domingo de Páscoa, para além dos ritos e cortejos que marcam a celebração da “ressurreição” do Senhor, subsiste ainda uma componente mais lúdica.
Nesse dia “ainda há quem queira ganhar o folar e mande rezar quem encontre a caminho da Missa e da procissão da Ressureição. O primeiro a dizer ‘reza que já passou a Quaresma’ tem direito ao folar”, revela o padre Francisco Barbeira.
Nalgumas aldeias da diocese, há mulheres que durante a Quinta e Sexta-feira Santa não colocam roupa branca no estendal, com medo de que “apareça manchada de sangue”, acrescenta.
JCP