Leiria-Fátima: D. António Marto defende «cidadania proativa» e menos «estatizante»

Bispo diz que excessiva dependência do Estado na resolução dos problemas só contribui para o «bloqueio dos dinamismos mais ricos das redes locais»

Leiria, 21 mar 2013 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima marcou esta quarta-feira o seminário da Cáritas Diocesana sobre “Cidadania Ativa, Fé Comprometida” apelando a um maior compromisso social na resolução dos problemas do país. 

Segundo informações avançadas hoje à Agência ECCLESIA pelo gabinete de comunicação da Diocese, D. António Marto defendeu no auditório do Teatro Miguel Franco uma “cidadania proativa”, para acabar com a “mentalidade individualista, centralista e estatizante” que domina a sociedade. 

Segundo o prelado, o facto de as pessoas esperarem que seja o Estado a solucionar todas as dificuldades só contribui para o “bloqueio dos dinamismos mais ricos das redes locais e de proximidade” e também para continuar a alimentar uma “máquina pesada e burocrática”. 

A construção de uma nova “consciência social”, mais empenhada e empreendedora, é essencial para encontrar “soluções para o bem comum, a paz, o emprego e o desenvolvimento social em geral”, salientou. 

Como suporte dessa nova ordem pretendida, o prelado propôs três conceitos que devem estar na base de todos os projetos que os cristãos e restante sociedade civil são chamados a fazer. 

Para o cumprimento dos deveres de cidadania, pediu “fraternidade”, para o reforço do “bem-comum” desafiou à “solidariedade” e para o crescimento do “espirito de serviço” apontou a necessidade de uma prática mais efetiva da “subsidiariedade”. 

“É no mundo que Deus nos quer para a construção de uma casa digna comum para todos os homens e mulheres”, referiu D. António Marto, depois de enumerar princípios que fazem parte da Doutrina Social da Igreja. 

O presidente da Cáritas Portuguesa também participou no seminário sublinhando que se “os cristãos soubessem e praticassem” aqueles conceitos “de uma forma comprometida e transformadora”, Portugal “não estaria a viver os problemas que enfrenta atualmente”. 

Eugénio Fonseca apontou que “não faltam instrumentos e meios” para as pessoas acederem àqueles conhecimentos, dando como exemplo as cartas pastorais de D. António Marto, que no início de cada ano pastoral “tem chamado a atenção para estes temas de uma forma insistente e inspiradora”. 

O seminário “Cidadania Ativa, Fé Comprometida – Novos paradigmas e desafios” foi organizado pela Cáritas Diocesana de Leiria-Fátima no âmbito do Ano Europeu dos Cidadãos, que está a ser assinalado em 2013.  

GIC/JCP

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