Portugal: Primeiro Papa argentino «desperta nova esperança para o atribulado mundo de riqueza sempre mal distribuída»

Especialista em Teologia Moral acredita que o pontificado de Francisco retoma o valor da «solidariedade» entre os homens

Lisboa, 15 mar 2013 (Ecclesia) – O cónego Jorge Teixeira da Cunha, diretor-adjunto da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, sustenta que a liderança do Papa Francisco pode marcar o início de uma nova era na sociedade e na Igreja. 

“O primeiro Papa que vem do continente americano, do hemisfério sul, desperta uma nova esperança para o atribulado mundo de riqueza sempre mal distribuída, de pobreza sempre persistente, de desemprego galopante, de crise da democracia”, refere o sacerdote do Porto. 

Num texto publicado na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o especialista em Teologia Moral, doutorado pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, destaca a simbologia do nome escolhido pelo cardeal Jorge Mario Bergoglio. 

Ao basear o seu pontificado em Francisco de Assis (c.1181-1226), o antigo arcebispo de Buenos Aires retoma o legado do santo que “ensinou” aos homens o valor da “solidariedade” para com “todas as criaturas” e do “cuidado por todos os seres”, salienta o docente da UCP. 

“O mundo de hoje necessita de passar de uma civilização da exploração da Terra a uma civilização do cuidado pela Terra”, sublinha o cónego Jorge Teixeira da Cunha, que acredita que a liderança de Francisco trará também mudanças ao nível da estrutura eclesial. 

“A Igreja continua a olhar demasiado para si, para as condições da sua subsistência como organização, continua a contar com as suas forças para se manter à superfície da história”, refere o sacerdote, para quem o sucessor de Bento XVI quebrou com essa forma de estar desde o primeiro dia do seu pontificado.

“Francisco mostrou-se como um homem simples, despojado das insígnias do poder, capaz de ouvir antes de falar” e poderá ajudar a Igreja a cumprir o caminho proposto pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), ou seja, a assumir-se definitivamente como “um sinal do mundo reconciliado”, conclui.

JCP

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Agência ECCLESIA

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