Vaticano: Primeira saudação do novo Papa apela à presença da Igreja «em todos os mundos», considera arcebispo de Braga

Jorge Maria Bergoglio é uma pessoa «inteligente, lúcida, serena, objetiva e realista», diz D. Jorge Ortiga

Santarém, 14 mar 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, acredita que a primeira saudação do Papa Francisco aos fiéis reunidos no Vaticano, esta quarta-feira, traduz a vontade de consolidar o catolicismo em todas as realidades da vida humana.

Nas palavras iniciais para os milhares de pessoas reunidas na praça de São Pedro, Francisco afirmou que os cardeais tinham elegido um prelado vindo quase do “fim do mundo”, numa alusão à distância entre o seu país natal, a Argentina, e o Vaticano.

As palavras do novo Papa sugerem “que a Igreja deve estar em todos os mundos”, sublinhou o prelado à margem de uma missa celebrada na Sé de Santarém, que assinalou os 25 anos de ordenação episcopal de D. Manuel Pelino, bispo da diocese escalabitana.

Depois de afirmar que não ficou “surpreendido” com o cardeal escolhido, o também presidente da Comissão Episcopal responsável pelos organismos católicos de apoio social disse que o nome adotado foi “uma surpresa alegre”.

“Sabemos que Francisco de Assis [c. 1181-1226] viveu numa época de grande crise e sentiu a sua vocação quando, intimamente, o Espírito o convidou a reconstruir a Igreja”, lembrou.

D. Jorge Ortiga, que em 2007 participou com o Papa, então arcebispo de Buenos Aires, numa conferência do episcopado da América Latina realizada no Brasil, considera que Jorge Maria Bergoglio é uma pessoa “inteligente, lúcida, serena, objetiva e realista”.

Francisco “poderá ser para a Igreja, nos tempos que correm, o Papa adequado”, assinalou o prelado, antes de se referir aos 76 anos do sucessor de Bento XVI, que aos 85 justificou a renúncia com a “idade avançada”.

“Poderemos olhar para a idade e, porventura, gostar que houvesse um Papa mais jovem. Mas a juventude que a Igreja precisa é a do Espírito, com ventos novos que transformem os seus dinamismos internos”, frisou.

A eleição de Francisco, à quinta votação do Conclave constituído por 115 cardeais de vários países, contou com a participação dos portugueses D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé.

PTE/RJM

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