Portugueses viveram horas de «entusiasmo»

Paulo Rocha, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 13 mar 2013 (Ecclesia) – Emoção, expetativa e comunhão são sentimentos que marcam os portugueses presentes na Praça de São Pedro, Vaticano, no segundo dia de Conclave para a eleição do novo Papa.

Em entrevista concedida à Agência ECCLESIA, a irmã Susana Laranjeira, franciscana hospitaleira da Imaculada Conceição, destaca o “grande entusiasmo” que tem percorrido o recinto, à medida que as decisões dos cardeais vão sendo dadas a conhecer através da chaminé instalada na Capela Sistina, apesar do fumo negro.

“Isto só indica que está tudo a ser muito bem pensado, se saísse fumo branco à primeira ou à segunda talvez criasse mais espetáculo ou satisfizesse mais a curiosidade, mas assim significa que o Espirito Santo está a trabalhar nos cardeais e eles estão a ver para onde se está a orientar”, salienta.

Atualmente a estudar na Universidade Pontifícia Salesiana de Roma, a religiosa realça que o processo da escolha do sucessor de Bento XVI está a reforçar nas pessoas um “grande sentido de pertença à Igreja e ao mundo”.

Francisco Campos, um jesuíta português também a estudar em Roma, adianta que a Praça de São Pedro foi tomada por um “ambiente muito engraçado”, com os fiéis de cada nacionalidade a “puxarem cada um pelo seu cardeal”, mas ao mesmo tempo vive-se uma atmosfera “de comunhão entre as pessoas”.

Integrado num colégio “com mais de 40 nacionalidades diferentes”, o religioso ressalva que “a escolha do Papa está a ser vivida sem grandes alaridos”, pois “há a compreensão de que o nome que vier será para todos os católicos”.

Quanto aos desafios que esperam o sucessor de Joseph Ratzinger, os portugueses presentes em Roma salientam a necessidade de alguém capaz de dar ao mundo e à Igreja respostas adequadas aos desafios de hoje.

A irmã Susana Laranjeira sublinha a necessidade de um Papa que oriente as pessoas para “uma nova cultura, uma nova forma de estar na vida”.

Francisco Campos admite ser preciso clarificar os problemas que têm afetado a Igreja, mas prefere realçar a demonstração de força e de fé que a comunidade católica está a mostrar ao mundo, no Vaticano.

“Fala-se muito no pecado da Igreja, da Cúria, quem está aqui em São Pedro nota muito mais outra coisa, a Igreja viva, que está ao lado do Papa, qualquer que seja eleito”, conclui.

115 cardeais de 48 países, entre os quais Portugal, estão reunidos desde terça-feira em Conclave, na Capela Sistina, para escolherem o novo Papa da Igreja Católica.

A eleição, que conta com a participação de dois cardeais portugueses, D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé, teve até agora três escrutínios, todos eles inconclusivos para a nomeação do sucessor de Bento XVI.

O Conclave vai prosseguir esta tarde com mais dois escrutínios e se houver fumo branco estará encontrado o 50.º Papa da Igreja Católica nos últimos 500 anos, desde a eleição de Leão X a 19 de março de 1513.

PR/JCP

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