Europa/Crise: Líderes cristãos reivindicam «soluções que favoreçam a coesão social»

Delegados da Comissão dos Episcopados Católicos e do Conselho das Igrejas do Velho Continente reuniram com presidência irlandesa da UE

Dublin, 08 mar 2013 (Ecclesia) – Um grupo de dez representantes das Igrejas cristãs da Europa defendeu hoje perante a presidência irlandesa da UE a necessidade de basear a estratégia de combate à crise económica na dimensão social.

Num encontro em Dublin com o primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, a comitiva liderada pelo padre Patrick Daly, secretário-geral da Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia, “questionou o sentido de discutir medidas de austeridade sem incluir na reflexão soluções que favoreçam a coesão social”.

De acordo com o comunicado final do evento, enviado à Agência ECCLESIA, os representantes das Igrejas cristãs do Velho Continente sustentam que “a busca do progresso económico tem de ser complementada por uma luta contra a pobreza estrutural e a desigualdade”.

Organizada pelo Conselho Irlandês de Igrejas, a reunião decorreu no edifício do governo da Irlanda, em ambiente de grande “cordialidade” e permitiu ao comité conjunto formado pela COMECE e pela Conferência das Igrejas Europeias (CEC) continuar com a sua tradição de diálogo com os responsáveis políticos europeus.

Os delegados deram conta das consequências sociais que a “grave crise económica” tem provocado nos diversos países da União Europeia, com especial atenção para as paróquias, que têm sido “uma preocupação chave” das Igrejas, “a nível local, regional e nacional”.

No entender dos bispos, arcebispos e leigos que estiveram presentes na reunião, sobretudo os diretamente envolvidos na realidade da Irlanda, a austeridade que tem sido posta em prática pode pôr em causa o futuro das camadas mais vulneráveis da sociedade e das novas gerações.

A presidência irlandesa da União Europeia iniciou o seu trabalho em janeiro deste ano, com o objetivo de contribuir para o crescimento económico e para a criação de emprego nas 27 nações que compõem atualmente a UE.

O comité conjunto COMECE – CEC alertou para o aumento do “emprego precário” e chamou a atenção para a importância de incluir na revisão das normas europeias relacionadas com o trabalho uma diretiva que salvaguarde “um dia semanal de descanso”, um tempo que seja oportunidade de “reconciliação para pessoas, famílias e profissionais”.

Desafiou ainda a presidência irlandesa da UE a favorecer “uma maior participação da sociedade civil” no desenvolvimento das políticas e reformas nacionais e a reforçar a tomada de medidas contra a corrupção financeira no continente.

JCP

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