Igreja: Teóloga portuguesa espera mudanças na forma de encarar sexualidade (redação corrigida)

Teresa Messias considera «prioritária uma nova reflexão sobre as bases da integração da afetividade na experiência cristã»

Lisboa, 07 mar 2013 (Ecclesia) – A teóloga Teresa Messias olha para a eleição do novo Papa, que está a ser preparada no Vaticano, como uma oportunidade de “reforma” para a Igreja Católica, sobretudo na forma como vive e encara a “sexualidade”.

Em texto publicado hoje no Semanário ECCLESIA, a professora da Universidade Católica Portuguesa sublinha a necessidade da Igreja “modificar o modo como lida” com sacerdotes ou religiosos que se tenham mostrado incapazes “de viver de modo estável e habitual o celibato ou a castidade”.

“O que poderá ser uma certa cultura de silêncio que apenas esconde o mal feito não pode continuar”, alerta a docente.

Para a especialista em teologia espiritual, a renúncia de Bento XVI, oficializada a 28 de fevereiro, veio confirmar o “mal-estar” e as “dificuldades” presentes atualmente dentro da “estrutura hierárquica e organizativa” do Vaticano e surgiu também como um sinal para a importância de resolver os problemas que têm vindo “à luz nos últimos anos”.

“A renúncia de Bento XVI mostrou a todos (como se preciso fosse) que não se serve a Igreja nem se faz a vontade de Deus apenas quando se aceitam cargos, ministérios ou missões”, realça a professora da UCP.

O compromisso estabelecido com Deus e o corpo eclesial – acrescenta – também passa por privilegiar a “fidelidade à consciência” e pela renúncia aos cargos, quando em causa está a “mais profunda realização” da vida de cada um.

A teóloga considera “prioritária para o futuro uma nova reflexão sobre as bases antropológica, psicológica e espiritual da integração da afetividade e da sexualidade humanas na experiência cristã em sentido amplo”.

No seu texto, Teresa Messias pede também “particular” atenção “no cuidado pastoral da Igreja para com os recasados e as pessoas de condição homossexual” e a revisão do “papel das mulheres na Igreja”.

JCP/OC

Notícia corrigida às 07h00 de 08.03.2013, novo título

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