Cardeais em reflexão «séria» e «aprofundada»

Porta-voz do Vaticano elogia vontade de ter uma preparação adequada antes da eleição do novo Papa

Cidade do Vaticano, 06 mar 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano declarou hoje que os cardeais estão a refletir de forma “séria” antes de determinar a data de início do Conclave durante as congregações gerais, órgão interino de governo da Igreja.

“Não pareceu oportuno propor uma votação sobre a data do Conclave, que poderia ser sentida como uma certa forma de forçar a dinâmica de reflexão e de amadurecimento do Colégio” cardinalício, disse o padre Federico Lombardi.

Segundo este responsável, é visível nos cardeais a vontade de “uma preparação adequada, séria, aprofundada, não apressada”.

O porta-voz do Vaticano descartou, por outro lado, que uma preparação mais longa venha a resultar necessariamente num Conclave curto.

“E difícil dizer que exista uma relação segura entre a duração da preparação e a brevidade do Conclave”, observou, antes de admitir que as reuniões gerais e outros encontros entre cardeais podem ajudar estes responsáveis a ter “uma ideia mais clara” e facilitar a sua decisão “na votação” para o novo Papa.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé adiantou que 113 dos 115 cardeais que vão participar na eleição do sucessor de Bento XVI se encontram em Roma e que os outros dois (o cardeal Nycz, de Varsóvia, e o vietnamita Jean-Baptiste Pham Minh Mân) são esperados entre hoje e quinta-feira.

O porta-voz do Vaticano confirmou que nos trabalhos desta manhã, com a presença de 153 cardeais, “não se decidiu a data de início do Conclave”.

“Chegaram nestes dias vários cardeais, amanhã [quinta-feira] pode ser mais respeitoso, é natural esperar que estejam todos os eleitores presentes”, acrescentou.

A presença de todos os cardeais eleitores é uma condição indispensável para se poder antecipar o período de espera de 15-20 dias após o fim do pontificado para se iniciar a escolha do novo Papa, segundo as disposições de Bento XVI publicadas na última semana.

Nas 18 intervenções desta manhã, falou-se do “perfil” que se espera do próximo Papa.

O porta-voz do Vaticano aludiu ainda à “reserva” que carateriza “o caminho do Colégio Cardinalício para o Conclave” por ser “uma situação particular”.

“A tradição do Conclave é uma tradição de reserva, para tutelar a liberdade de reflexão de cada um dos membros do Colégio neste momento tão importante”, sublinhou, após ter sido confrontado com o cancelamento da uma conferência de imprensa dos cardeais norte-americanos presentes na capital italiana.

As reuniões [congregações] gerais, que decorrem desde segunda-feira, têm de tomar uma série de decisões, do alojamento dos cardeais aos preparativos para o processo de eleição na Capela Sistina, antes de determinar a data de início do próximo Conclave.

Os cardeais decidiram “intensificar” o ritmo desses encontros, com reuniões de manhã e à tarde na quinta-feira.

Além destas reuniões há ‘congregações particulares’, com a presença do cardeal camerlengo (D. Tarcisio Bertone) e três outros cardeais, sorteados a cada três dias.

A Câmara Apostólica, presidida pelo camerlengo, tem como função “custodiar” os bens da Igreja.

O Conclave, palavra com origem no latim ‘cum clavis’ (fechado à chave), pode ser definido como o lugar onde os cardeais se reúnem em clausura para eleição do Papa.

OC

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