Solidariedade: «Caridade» não pode «deixar ninguém para trás» nem esquecer «mudança social»

Diocese do Algarve promoveu Jornadas de Ação Sóciocaritativa

Ferragudo, Faro, 26 fev 2013 (Ecclesia) – A “caridade” exercida pela Igreja Católica não pode “deixar ninguém para trás” nem esquecer “a necessidade de uma mudança social”, considera Margarida Neto, antiga coordenadora nacional para os Assuntos da Família.

A psiquiatra interveio nas Jornadas de Ação Sóciocaritativa, promovidas pela Diocese do Algarve e dedicadas ao tema ‘Fé sem obras? Do pensamento à ação’, que decorreram este sábado em Ferragudo, Concelho de Lagoa, revela a página do jornal ‘Folha do Domingo’.

“A caridade, porque não é caridadezinha e porque não é só assistencialismo, comporta uma necessidade de mudança: trata de dar ao outro aquilo que ele tem direito e que, por uma razão qualquer, perdeu ou não foi sequer capaz de adquirir”, vincou a oradora.

Depois de frisar que é “totalmente impossível” a fé sem obras, Margarida Neto afirmou perante cerca de 65 pessoas que “é muito importante distinguir e pensar a relação entre justiça e caridade”.

“Cabe à Igreja empenhar-se na proclamação da justiça, da paz e do desenvolvimento, mas acrescentar-lhe o trabalho a favor do bem”, explicou, sublinhando que “não há ordenamento estatal justo que possa dispensar ou tornar supérfluo o serviço do amor”.

Para Margarida Neto a missão dos cristãos implica “participar ativamente na vida pública e social”, através do compromisso “na política, nas organizações dos cidadãos e no desenvolvimento de uma cidadania ativa”.

A conferencista defendeu a colaboração entre as estruturas religiosas, civis e estatais, tendo acentuado que “a Igreja Católica não é a única a praticar a caridade”.

FD/RJM

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