Padre Manuel Morujão diz que Papa vai passar a «servir» a Igreja de maneira «original e criativa»
Lisboa, 21 fev 2013 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, padre Manuel Morujão, considera que Bento XVI “não vai para férias nem para ter uma reforma de luxo” após 28 de fevereiro, data em que renuncia ao pontificado.
“O Papa não se demitiu. Ele assume uma nova missão”, frisou o responsável em entrevista transmitida esta terça-feira no programa ECCLESIA, na RTP-2.
A renúncia foi uma “decisão corajosa”, de “grande coragem e lucidez, para bem da Igreja”, que Bento XVI vai passar a “servir” de maneira “original e criativa” quando se submeter ao recolhimento num antigo mosteiro localizado no perímetro do Vaticano.
Bento XVI retira-se “pela porta de serviço e não por um arco de triunfo”, naquela que para o padre Manuel Morujão é uma “lição de humildade e de discrição” reveladora de que o Papa vive “sem apego nenhum ao poder”.
O secretário do episcopado salientou ainda que Bento XVI “admirava imenso” o seu antecessor, João Paulo II, pelo que a decisão de resignar não deve ser encarada como “contraste” em relação ao Papa polaco, que permaneceu no pontificado até à morte, mesmo debilitado pela doença.
As duas opções são “sumamente respeitáveis”, frisou o padre Manuel Morujão, para quem o próximo Papa deve ter “fé forte”, “virtude íntegra” e “coragem a toda a prova”, a par de uma idade que lhe permita “governar a Igreja durante bons e largos anos”.
PTE/RJM