Quaresma: Arcebispo de Braga diz que vem aí um «teste de conversão» em cenário de «fragilidade»

D. Jorge Ortiga inaugurou igreja paroquial de Fraião destacando responsabilidades dos fiéis ao nível da vivência cristã e do testemunho

Braga, 18 fev 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga disse este domingo que a Quaresma é um “tempo precioso” para a transformação da vida dos portugueses, atualmente atingidos por um cenário de “fragilidade”.

Na homilia da inauguração da igreja paroquial de Fraião, enviada à Agência ECCLESIA, D. Jorge Ortiga salientou que o período de 40 dias que antecede a Páscoa “não” pode ser “apenas mais um tempo do calendário litúrgico, deve ser “acima de tudo um tempo e um teste de conversão”.

“O próprio Jesus não se livrou deste teste, tendo sido tentado, não só naqueles simbólicos quarenta dias, mas durante toda a sua vida”, recordou o prelado, referindo-se às tentações do materialismo (idolatrar os bens materiais) “do absolutismo (defender o fundamentalismo religioso) e do modernismo (divinizar as capacidades humanas) ”.

Tal como Cristo, prosseguiu o arcebispo bracarense, “também” os católicos são hoje “chamados a viver a sua fé no meio da fragilidade, da fraqueza, da tempestade e da tentação”.

D. Jorge Ortiga usou depois a chave da sua reflexão, baseada na necessidade dos fiéis viverem a Quaresma com exigência, para abrir aos fiéis o significado da inauguração do novo templo de Fraião.

“Acabadas as obras materiais, que conferem mais conforto e dignidade às celebrações litúrgicas, surge a responsabilidade de continuar agora as obras pastorais”, apontou o antigo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Cada igreja construída encerra em si, “para além da sua beleza arquitetónica, um desafio para que a comunidade só adore e preste culto a Deus numa atitude de fé, como confiança e abandono ao Seu amor”.

Corresponder a esse amor passa por fomentar o “encontro comunitário” da eucaristia, como algo “indispensável e não reduzido a diversas circunstâncias sociais”, acrescenta o prelado.

Significa também que os membros da comunidade estão dispostos a colocar os seus “talentos ao serviço” dos outros, ajudando com o seu testemunho aqueles “que não participam no banquete da Ceia de Cristo”.

“A inquietação por aqueles que estão fora é responsabilidade de todos e intuir as causas da ausência ou do abandono é uma consequência natural de quem vive a fé”, alertou D. Jorge Ortiga, desafiando os católicos a encontrarem “caminhos que permitam mostrar a quem anda afastado como a relação com Deus pode ser uma “experiência significativa e construtiva”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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