Vaticano: Porta-voz descarta antecipação do início do Conclave

Padre Federico Lombardi confirma que secretário particular de Bento XVI vai acompanhar o Papa após o fim do pontificado

Cidade do Vaticano, 14 fev 2013 (Ecclesia) – O porta-voz do Vaticano descartou hoje a hipótese de antecipação da Conclave que vai eleger o sucessor de Bento XVI, afirmando que as regras da Igreja implicam uma espera de 15-20 dias após o fim do pontificado.

“Não está em estudo qualquer modificação das disposições” deixadas por João Paulo II na constituição apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996), sobre a eleição do Papa.

O beato polaco determinou após o momento em que a “Sé Apostólica ficar legitimamente vacante” – morte ou renúncia do pontífice -, os cardeais eleitores presentes “devem esperar, durante 15 dias completos, pelos ausentes” e que passados “no máximo, 20 dias desde o início da Sé vacante, todos os cardeais eleitores presentes são obrigados a proceder à eleição”.

A ‘Sé vacante’ inicia-se a 1 de março, um dia após o final do pontificado de Bento XVI, que apresentou esta segunda-feira a sua renúncia durante um encontro com cardeais, no Vaticano.

O padre Lombardi explicou ainda que o limite de 80 anos para a entrada no Conclave, por parte dos cardeais, diz respeito ao primeiro dia da Sé vacante.

O grupo de 117 cardeais com menos de 80 anos e direito a voto no dia 1 de março estará assim distribuído geograficamente: Europa – 61, América Latina – 19, América do Norte – 14, África -11, Ásia – 11 e Oceânia – 1.

Neste lote incluem-se dois portugueses: D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, e D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor da Santa Sé.

O diretor da sala de imprensa adiantou, por outro lado, que o secretário particular e os mais diretos colaboradores de Bento XVI vão acompanhar o Papa em Castel Gandolfo, arredores de Roma, e posteriormente na sua nova residência, num antigo mosteiro de clausura no interior do Estado do Vaticano.

O arcebispo Georg Gaenswein é desde dezembro de 2012 o responsável máximo da Casa Pontifícia, entidade responsável por organizar as audiências solenes concedidas pelo Papa a chefes de Estado e de Governo, ministros e embaixadores.

O organismo também prepara as audiências privadas, especiais e gerais, bem como a visita às personalidades que se encontram com o Papa.

O padre Federico Lombardi voltou às questões sobre a forma futura de tratamento de Bento XVI, sublinhando que “ainda não é claro” se será ‘bispo emérito de Roma’.

“Penso que é possível sustentar que Bento XVI é um título ao qual não pode renunciar: é o seu nome como Papa, que usou para toda a Igreja e para todo o mundo, oficialmente, durante oito anos. Por isso, certamente poderemos continuar a dizer que é Bento XVI, isso não muda e não pode mudar”, prosseguiu.

O diretor da sala de imprensa da Santa Sé rejeitou a ideia de que a renúncia do Papa esteja ligada a uma queda na viagem ao México (março de 2012) ou outros motivos ventilados pela imprensa.

OC/RJM

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