Bento XVI: Bispos portugueses acolheram resignação com «surpresa»

Prelados falam em ato de coragem

Lisboa, 11 fev 2013 (Ecclesia) – A resignação de Bento XVI, anunciada hoje, foi recebida com “um ato de coragem” e de “surpresa” por vários bispos portugueses.

O bispo de Angra (Açores), D. António Sousa Braga, considerou que o gesto do Papa “abre um novo capítulo na história da Igreja Católica”.

Para além da coragem, D. António Sousa Braga, realça que esta tomada de posição de Bento XVI revela “grande discernimento” e é “algo inédito, mas é um bom sinal”, afirmou à Lusa.

Para o bispo de Angra, a decisão do papa “abre um novo capitulo na história da Igreja”, algo que “só Bento XVI poderia fazer”.

A notícia da renúncia do Papa foi recebida pelo bispo da Diocese de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, com “surpresa” e como um “sinal da grandeza e humildade”.

Surpresa “no modo como o disse e na forma tão simples”, explicou, embora a surpresa não tenha sido total “porque ele já o tinha aflorado e já tinha assumido essa posição no livro “’Luz do Mundo’”, acentuou.

“Ele já tinha como que pensado em voz alta sobre esta possibilidade”, observou, considerando a atitude de Bento XVI “um sinal grande deste homem, de uma grande humildade do modo como ele vê o poder e o Ministério como um serviço e não como exercício da autoridade”.

O Bispo das Forças Armadas e de Segurança, D. Januário Torgal Ferreira, também disse ter recebido com surpresa o anúncio da resignação de Bento XVI, considerando que foi “um gesto único” na Igreja e de “muita coragem”.

O prelado salientou que a renúncia ao pontificado “não é uma fuga, nem uma cobardia, mas sim um misto de debilidade física e de sentido de alta responsabilidade”.

O último caso de renúncia, situação pouco comum na história da Igreja, tinha sido o do Papa Gregório XII, em 1415.

Joseph Ratzinger, que foi eleito em abril de 2005 para suceder a João Paulo II, vai completar 86 anos de idade dentro de 2 meses.

A partir das 20h00 (menos uma em Lisboa) do dia 28 de fevereiro, a Igreja fica em estado de “Sé Vacante”, sendo convocado um Conclave para a eleição de um novo Papa.

Em abril de 2009, Bento XVI realizou um gesto simbólico ao depositar o pálio – insígnia pessoal e de autoridade – junto da porta santa da Basílica de de Collemaggio, de L’Aquila (Itália), que lhe fora imposto no dia do início de pontificado, em cima do relicário com os restos mortais do Papa Celestino V (1215 – 1296), pontífice que governou a Igreja Católica apenas durante uns meses, em 1294, antes de apresentar a sua renúncia.

Lusa/LFS/OC

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