Europa: Organizações católicas saúdam novo imposto sobre transações financeiras

Ministros das Finanças da União Europeia aprovaram medida que vai entrar em vigor em 11 países, incluindo Portugal

Lisboa, 22 jan 2013 (Ecclesia) – O secretário-geral da CIDSE, rede internacional de agências católicas de desenvolvimento, saudou hoje em Portugal a aprovação, em Bruxelas, de um imposto sobre as transações financeiras (ITF) em 11 Estados-membros da União Europeia (UE).

“Hoje é um dia muito importante, com este acordo conjunto de um grande grupo de países europeus relativo a um imposto sobre as transações financeiras, que já defendemos há vários anos”, disse Bernd Nilles à Agência ECCLESIA.

Nilles, que se encontra em Lisboa para participar numa reunião de diretores da CIDSE, espera que parte do montante taxado possa ser aplicada em projetos solidários.

“Estamos a trabalhar muito para que os Governos concordem em investir parte do dinheiro em projetos sociais e de desenvolvimento”, revela.

Esta é uma reivindicação antiga das 16 organizações católicas de desenvolvimento da Europa e da América do Norte – nas quais se inclui a Fundação Fé e Cooperação (FEC), de Portugal – que integram a CIDSE, com o objetivo de promover “um sistema financeiro mais estável e financiar os desafios do desenvolvimento e das mudanças climáticas”.

A organização sediada em Bruxelas estimava em 2011 que um mecanismo económico deste tipo teria o potencial de angariar aproximadamente 1,21 por cento do Produto Interno Bruto mundial ou 465 mil milhões de euros, “bastando para isso aplicar-se uma taxa média de 0,05 por cento em todas as transações financeiras”.

Os ministros das Finanças da UE deram luz verde à introdução do ITF em vários países comunitários, através do mecanismo de cooperação reforçada, anunciou a presidência irlandesa da União.

Com esta decisão, fica aberto o caminho à implementação da medida em Portugal, Alemanha, França, Áustria, Bélgica, Eslovénia, Estónia, Grécia, Itália, Espanha e Eslováquia.

O projeto partiu da necessidade da UE encontrar formas inovadoras de financiamento que permitissem lidar com a crise económica, equilibrar os orçamentos dos países, reduzir défices públicos e travar a especulação.

OC

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