Há «muita distorção, inteiras desfigurações, mesmo em nome da criatividade, muito desvirtuamento e deploráveis aberrações de ritos»
Ferragudo, Faro, 14 jan 2013 (Ecclesia) – As celebrações católicas devem ser realizadas “com criatividade” mas sem os “exageros” de uma “execução rígida e legalista” ou de “improvisação descabida”, considera o padre Carlos Aquino, responsável pelo setor da Liturgia da Diocese do Algarve.
O sacerdote foi um dos intervenientes na Jornada da Pastoral Litúrgica da Diocese do Algarve, que decorreu este sábado em Ferragudo, Portimão, com a presença de 260 pessoas, revela o jornal ‘Folha do Domingo’.
O responsável vincou que nas celebrações católicas há “muita distorção, inteiras desfigurações, mesmo em nome da criatividade, muito desvirtuamento e deploráveis aberrações de ritos e de inteiras celebrações em nome da tal participação ativa”.
“Celebramos mal. Não nos encontramos com a paz, não formamos o coração. Porque esbanjamos a liturgia e não a vivemos com verdade, ela deixou de ser importante. É algo de secundário”, afirmou.
O padre Carlos de Aquino criticou as “liturgias muito pomposas, com muito incenso e muita criatividade” mas “sem alma”, e acentuou a necessidade de a Igreja promover a “arte de celebrar”, para que cada ritual seja realizado “com esmero” e “dignidade”, tornando-se ao mesmo tempo autêntico “na sua natureza” e “expressões externas”.
“É necessário, sem fundamentalismos, esforçarmo-nos na busca de uma liturgia mais autêntica de celebrações cristãs que desvelem o rosto e a verdade da Igreja”, declarou, antes de sublinhar que “sem a liturgia e os sacramentos, a profissão de fé não seria eficaz porque faltaria a graça que sustenta o testemunho dos cristãos”.
O padre Flávio Martins, pároco de São Tiago e Santa Maria de Tavira, acentuou a “prioridade” a dar aos momentos de silêncio nas celebrações.
A jornada terminou com encontros setoriais para cantores e músicos, ministros extraordinários da comunhão e acólitos, bem como para leitores e catequistas.
FD/RJM