Na missa em que assinalou 25 anos de ordenação episcopal, D. Jorge Ortiga declarou que quer renovar caridade, nova evangelização e unidade
Braga, 04 jan 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, afirmou esta quinta-feira que os portugueses são “vítimas” de uma “fatura económico-social” que “tirou qualidade e dignidade” à existência humana.
Na homilia pronunciada na missa em que assinalou 25 anos de ordenação episcopal, enviada à Agência ECCLESIA, o responsável máximo pelos organismos de apoio social da Igreja Católica pediu aos fiéis reunidos na Sé de Braga para se lembrarem das pessoas afetadas pela crise.
“Neste dia também não poderia esquecer-me e pedir que não passem despercebidas as lágrimas de dor de tantos nossos irmãos”, disse o prelado de 68 anos, que declarou a intenção de renovar “três pontos vitais” na ação da arquidiocese: caridade, nova evangelização e unidade.
D. Jorge Ortiga frisou que “a alavanca da caridade assume-se como o método mais seguro e viável para fazer erguer a Igreja”, e deu como exemplo o gesto do Papa para com “o seu desleal mordomo”, ao libertá-lo no Natal, antes de terminado o prazo estabelecido para a pena de prisão a que foi sentenciado pelo tribunal da Santa Sé.
A decisão de Bento XVI “comprova que a humildade” e o “perdão” abrem mais portas que a própria autoridade”, salientou o arcebispo, acrescentando que só com prática da caridade se pode “mostrar a diferença da Igreja Católica em relação a outras instituições”.
Perante uma assembleia composta por mais de 20 bispos, além de padres, religiosos e leigos, o prelado acentuou que “a liturgia, a caridade, o ecumenismo, a imigração, a catequese de adultos, a cultura e a comunicação social apresentam-se agora como lugares primordiais” para a evangelização.
“Queremos uma Igreja que esteja no mundo, que desfrute das coisas boas do mundo, mas que não seja mundana”, observou o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana.
Referindo-se ao lema que escolheu para o seu episcopado, “ut unum sint” (que [todos] sejam um), D. Jorge Ortiga observou que “a unidade não significa uniformidade ou unicidade”, sendo antes “a arte do diálogo na diferença” entre as “inúmeras, pequenas e diversificadas forças” da Igreja, que “geram a comunhão na pluralidade”.
O prelado expressou a sua “profunda gratidão” ao arcebispo que o antecedeu e seu “professor no episcopado”, D. Eurico Dias Nogueira, bem como aos “amigos” bispos, com quem tem “procurado promover a vida humana” em Portugal.
O responsável agradeceu também aos padres da arquidiocese, seminaristas, consagrados, leigos, autoridades civis e não crentes, “cujas perguntas e críticas fazem repensar e crescer” a Igreja, bem como à família.
A celebração inaugurou a transmissão diária da missa na catedral bracarense através da internet, para que, segundo D. Jorge Ortiga, “as pessoas de mobilidade reduzida não estejam inibidas de participar virtualmente nas celebrações da sua orgulhosa sé”.
RJM