A Teologia na receção do Concílio Vaticano II

A Junta de Decanos das Faculdades de Teologia de Portugal e Espanha promoveu em Salamanca um encontro sobre o “grande acontecimento eclesial que foi o Concílio Vaticano II”, por ocasião dos 50 anos da sua abertura. O evento é considerado no documento conclusivo do evento, enviado à Agência ECCLESIA, como “uma bússola segura para a Igreja do século XXI”.

O encontro reuniu cerca de 400 congressistas, de todas as faculdades ibéricas e as intervenções levaram em linha de conta “todos os grandes temas e documentos do Concílio, pois a consideração do conjunto da doutrina conciliar é um critério hermenêutico para a correta interpretação dos diferentes aspetos e contributo conciliares”.

“No congresso ficou claro que a intenção fundamental do Concílio foi a de oferecer um testemunho autorizado do Evangelho no mundo contemporâneo”, refere o texto de conclusões, assinada pela comissão organizadora.

Segundo os responsáveis, uma das ideias de fundo nas várias intervenções é que “o magistério posterior acolheu, interpretou e atualizou o Concílio”, pelo que o congresso seguiu o princípio hermenêutico do Papa Bento XVI da “reforma da continuidade”, o qual permite “descobrir nos textos conciliares o seu verdadeiro espírito”.

“O congresso considera que, à luz desta hermenêutica, a Teologia tem na Igreja a função essencial de reler os textos conciliares e aplicar e prolongar os princípios do Concílio perante os novos problemas que surgem e as novas realidades que hoje exigem uma resposta”.

Os participantes defendem ainda que a Teologia “como ciência da fé, tem o seu lugar próprio na Igreja para conseguir o necessário diálogo crítico da fé com a cultura contemporânea”. “Os teólogos estão chamados a realizar este serviço como parte da missão salvífica da Igreja e por isso é necessário que pensem e sintam com a Igreja”.

O último ponto do documento faz uma “memória agradecida do Concílio Vaticano II” e repete uma passagem da mensagem final do recente Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização (outubro, Vaticano), onde afirma que a Igreja “sente o dever” de estar  das pessoas deste tempo para “para fazer presente o Senhor nas suas vidas”.

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