D. Jorge Ortiga deixou apelos presença em debate com a presença do ministro da Solidariedade e Segurança Social
Aveiro, 01 dez 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social disse esta sexta-feira à noite em Aveiro que o papel da Igreja Católica deve ultrapassar a “denúncia” e promover um “novo paradigma” de comunidade.
“Há pessoas que pretendem que nós, Igreja, façamos denúncias, mas mais do que denunciar – e creio que a Igreja em Portugal o tem feito – temos de anunciar os deveres da sociedade solidária”, disse D. Jorge Ortiga, no final de um debate promovido pela diocese, com a presença do ministro da Solidariedade e da Segurança Social.
Pedro Mota Soares e o arcebispo de Braga inauguraram o ciclo intitulado ‘Ação Social. Protagonistas’, em Vagos (Centro de Educação e Recreio de Vagos), num encontro com a moderação do jornalista José Bastos.
D. Jorge Ortiga fala das comunidades como o ator principal da ação social e deixou votos de que sejam “capazes de reagir e criar, elas mesmas, um novo paradigma” e uma “consciência coletiva da fraternidade”.
O ministro da Solidariedade, por sua vez, falou num “tempo difícil” para os decisores políticos, face às “obrigações internacionais” de Portugal, que não são “questão de opção ou opinião”, elogiando ainda a atitude da população face às medidas de austeridade que têm sido impostas.
“Ultrapassados esses sacrifícios, podemos voltar a ter um futuro”, indicou Mota Soares, para quem é necessário que exista “verdade” mesmo quando se quer transmitir esperança.
A este respeito, D. Jorge Ortiga observou que essa “verdade” está no encontro com as populações e deve situar-se “acima de tudo”.
O prelado destacou a “reviravolta” que diz estar a verificar-se na Igreja Católica, deixando de estar “centralizada em si própria”.
“Estou convencido de que hoje o nosso grande contributo passa pela comunidade, que dá testemunho e vai suscitar no coração dos outros o desejo de ser uma verdadeira família”, acrescentou D. Jorge Ortiga.
O encontro foi encerrado pelo bispo de Aveiro, com apelos em favor do direito à “alegria de viver”, à educação, à saúde, à justiça e aos “salários justos”.
D. António Francisco dos Santos destacou o “valor da solidariedade humana” e a necessidade de “esperança” na atual situação do país, marcada por “tantas dificuldades e constrangimentos”.
Segundo este responsável, é preciso esta atento aos que mais sofrem e ir ao encontro dos mais necessitados, “porque os pobres não podem esperar”.
A sessão foi transmitida em direto no canal da diocese, em http://www.livestream.com/dioceseaveirotv.
A Igreja Católica em Aveiro está a promover uma ‘Missão Jubilar’ dezembro de 2013, que assinalar com diversas iniciativas os 75 anos de restauração da diocese.
OC