Vidas de mulheres que renunciam à carreira para se retirar no mosteiro são «proposta insólita de vida alternativa», considera religiosa
Cidade do Vaticano, 21 nov 2012 (Ecclesia) – O Papa lembrou hoje o Dia das Monjas de Clausura, que os católicos assinalam a 21 de novembro, com apelos aos fiéis para que apoiem essas comunidades com o “necessário sustento espiritual e material”.
Na audiência geral realizada no Vaticano, Bento XVI manifestou a sua “proximidade” e a de toda a Igreja às religiosas e sublinhou o quanto se deve às monjas que se “consagram inteiramente à oração pela Igreja e pelo mundo”.
O Dia Mundial das Monjas de Clausura, celebrado na data em que os católicos evocam a apresentação da Virgem Maria no templo de Jerusalém, quando tinha poucos dias de vida, “está muito relacionado com o Ano da Fé”, que a Igreja assinala até 24 de novembro de 2013, refere um artigo publicado hoje no site do jornal do Vaticano.
“As vidas de mulheres provenientes de países e culturas diversas, inclusive profissionais que renunciam à carreira para se retirar no mosteiro e se dedicar totalmente a Deus na solidão e na oração, na época das agências de ‘rating’ são uma proposta insólita de vida alternativa”, escreve a irmã Clara Floridea Marceddu.
A religiosa, residente num mosteiro na Costa Rica, sublinha que “as vidas de mulheres provenientes de países e culturas diversas, inclusive profissionais que renunciam à carreira para se retirar no mosteiro e se dedicar totalmente a Deus na solidão e na oração, na época das agências de ‘rating’, são uma proposta insólita de vida alternativa.
As monjas libertaram-se das “sereias da eficiência produtiva e do fascínio de modelos desprovidos de horizontes espirituais”, privilegiando “o silêncio em vez do tumulto”, refere o artigo do jornal ‘L’Osservatore Romano’.
“Na medida em que a fé em Jesus Cristo é vivida com amor, temos boas razões para sermos fiéis à vocação monástica”, dado que “se faltar o amor, tanto na vida cristã como na consagração total a Deus, falta também a fé”, salienta a religiosa.
Para os cristãos a vida de clausura suscita a “reflexão sobre a qualidade da fé professada”, enquanto que para os não crentes constitui um questionamento sobre Deus, que “atrai tão fortemente jovens vidas”.
A irmã Clara lembra que “a fé e o amor” que fundam e mantêm a vocação monacal alimentam-se com a oração”, pelo que “rezar sempre” é uma das características da vida monástica, que não é “preguiçosa” nem “indolente”.
“Crescer no amor em vez de retroceder não é óbvio nem fácil. São envolvidas todas as energias da pessoa. No mosteiro há sempre o perigo do cansaço, devido a uma vida aparentemente monótona e repetitiva que contribui para atenuar a fé ou o amor”, adverte.
Nos institutos religiosos chama-se “clausura” à norma que, aplicada com modalidades diferentes de acordo com a ordem religiosa, proíbe a saída aos seus membros e a entrada aos estranhos, pelo menos numa parte reservada das respetivas casas.
RJM