Universidade Católica tem nova reitora

Maria da Glória Garcia, primeira mulher no cargo, pede confiança contra «cultura do desânimo»

Lisboa, 18 out 2012 (Ecclesia) – A nova reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP) disse hoje na sua tomada de posse que a instituição é mais importante “do que nunca” para combater a “cultura de desânimo” no país.

Maria da Glória Garcia, que foi investida no cargo pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, afirmou que se vive um “tempo de afirmação da universidade no espaço social” e que, neste sentido, a UCP não pode “cruzar os braços”, face às “constantes ameaças ao bem-estar” da sociedade.

“Ao desalento social”, sustentou, a universidade deve contrapor uma “resposta positiva e forte”, desenhando “modelos alternativos”.

Maria da Glória Garcia falou num momento “solene” e disse assumir as novas funções com “alegria e humildade”, após frisar que o chamamento de uma mulher à reitoria da UCP é uma responsabilidade “especial”.

“Vou poder levar por diante um projeto em que me revejo e acredito”, observou.

A responsável admitiu que o momento atual aumentou a “dificuldade de fazer previsões”, potenciando “exponencialmente” o risco de errar.

“O local da aprendizagem é a escola” e a universidade é a “escola superior de muitos saberes” que se deve adequar ao tempo em que vive e desenvolver “Redes de comunicação e entreajuda na sociedade”, declarou a reitora.

“A UCP não quer ficar de braços cruzados, quer ser parte atuante do processo de viragem”, reforçou.

Segundo a nova reitora, a instituição deve oferecer um “incremento de alma”, partindo da “memória valorativa” que a marca.

“Que a UCP seja capaz de, em cada dia, regressar ao momento em que nasceu, em que não tinha passado mas um projeto imenso a realizar, um projeto da sociedade civil, um projeto da Igreja”, desejou.

D. José Policarpo, magno chanceler da instituição académica, elogiou o “espírito de missão” da nova responsável e recordou a emoção com que esta aceitou o seu convite para assumir o cargo de reitora.

“Tenho a alegria de verificar que a universidade hoje pode encontrar nas pessoas que formou os quadros de que precisa para se afirmar”, sublinhou.

O cardeal-patriarca declarou que a UCP tem de promover uma “verdadeira síntese entre ciência e cultura” e gerar a sabedoria necessária para “vencer e relativizar as crises de outra natureza”.

Na cerimónia tomaram ainda posse os novos vice-reitores, Isabel Capeloa Gil e o padre José Tolentino Mendonça, para além de Mário António de Sousa Aroso de Almeida, como pró-reitor, e Maria Helena Brissos de Almeida, como administradora.

A nova reitora afirmou que, “no sistema de Ensino Superior português, a UCP não tem tido a vida facilitada”.

Nesse sentido, prometeu “competência, lealdade e espírito de serviço” com o Estado e disse esperar, por parte deste, “idêntico modo de agir” e “sensibilidade particular para o que a distingue”.

O secretário de Estado do Ensino Superior, João Filipe Queiró, responde à intervenção com elogios à “marca de rigor, de exigência, de qualidade e de seriedade” da Universidade Católica.

A UCP, criada em 1967, é reconhecida pelo Estado como instituição universitária livre, autónoma e de utilidade pública.

A Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa assinada em 2004 afirma no seu artigo 21.º a “especificidade institucional” da Universidade Católica.

OC

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