Médio Oriente: Novo documento do Papa exige «plena cidadania» para cristãos da região

Bento XVI quer reforçar diálogo entre religiões e unidade entre católicos

Lisboa, 14 set 2012 (Ecclesia) – Bento XVI pediu hoje a “plena cidadania” para os cristãos no Médio Oriente e deixou votos de que as maiores comunidades religiosas da região promovam o diálogo e a cooperação recíproca.

“Os católicos do Médio Oriente, que na sua maioria são cidadãos lá nascidos, têm o dever e o direito de participar plenamente na vida nacional, contribuindo para a edificação da própria pátria”, escreve o Papa na nova exortação apostólica ‘Ecclesia in Medio Oriente’.

O documento foi hoje assinado na cidade libanesa Harissa, cerca de 25 km a norte da capital Beirute, durante uma celebração litúrgica na Basílica de São Paulo.

Bento XVI espera que os judeus, os cristãos e os muçulmanos consigam “entrever no outro crente um irmão a respeitar e a amar, para darem – em primeiro lugar nas suas terras – um bom testemunho de serena convivência”.

“O reconhecimento de um Deus Uno – em vez de ser instrumentalizado em conflitos sem fim, injustificáveis para um verdadeiro crente – pode, se for vivido com um coração puro, contribuir significativamente para a paz na região e para a convivência respeitosa dos seus habitantes”, assinala.

Neste contexto, o Papa fala em colaborações “particularmente fecundas” no âmbito das atividades caritativas e da promoção dos “valores da vida humana, da justiça e da paz” que se poderiam desenvolver para um “melhor conhecimento recíproco”.

A exortação ‘Ecclesia in Medio Oriente’ (Igreja no Médio Oriente) destaca ainda a necessidade de um “esforço considerável e constante” para favorecer a unidade entre as várias comunidades cristãs na região.

“A Igreja deseja superar todas as distinções de raça, sexo e classe social, sabendo que todos são um só em Cristo, que é tudo em todos”, pode ler-se.

A primeira assembleia especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos decorreu no Vaticano de 10 a 24 de outubro de 2010, com a presença de Bento XVI.

O seu documento conclusivo, agora divulgado pela Santa Sé, diz que “o Conselho das Igrejas do Médio Oriente, que reúne as Igrejas das diversas tradições cristãs presentes na região, constitui o espaço propício para um diálogo que se há de desenvolver no amor e no respeito recíproco”.

O Papa pede ainda atenção às celebrações comuns e sugere uma tradução comum da oração do Pai-Nosso, entre outras orientações bíblicas e pastorais, deixando convites a um aprofundamento espiritual, à renovação litúrgica e catequética.

A exortação dirige-se aos vários membros da Igreja Católica na região, dos patriarcas aos leigos, com apelos ao diálogo, à comunhão e ao testemunho da fé cristã.

A visita ao Líbano, entre hoje e domingo, é a segunda de Bento XVI ao Médio Oriente, depois da viagem que efetuou em maio de 2009 à Jordânia, Israel e Territórios Palestinos.

OC

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