Senhora dos Remédios levou esperança a Lamego

D. António Couto destaca a solenidade como «o início de uma página nova», num tempo marcado por «múltiplas dores»

Lamego, Viseu, 10 set 2012 (Ecclesia) – O bispo de Lamego considera que a celebração da festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora dos Remédios, é um exemplo “marcante” de religiosidade e fonte de esperança para as pessoas da região.

Em entrevista à ECCLESIA, D. António Couto destaca a solenidade do último sábado como “o início de uma página nova”, num tempo marcado por “múltiplas dores”, devido à crise económica e social que Portugal atravessa.

Uma conjuntura que, de acordo com o prelado, tem ganho ainda mais peso numa região desertificada, “cada vez mais carenciada, repleta de velhinhos, com poucas crianças e jovens”.

No entanto, apesar das dificuldades, o entusiasmo e a alegria com que decorreram as festividades em honra de Maria, com o Santuário de Nossa Senhora dos Remédios “sempre cheio, sem um quadrado de chão livre”, abrem boas perspetivas para um futuro melhor.

A cumprir o seu primeiro ano à frente da comunidade católica de Lamego, D. António Couto viu “muitas aldeias empobrecidas” mas povoadas por pessoas com “uma energia enorme”, que sabem “olhar para o futuro com confiança”.

“Aprendi mais do que ensinei, mas é claro que é preciso levar as pessoas mais longe, tornar a fé das pessoas mais esclarecida, e vamos trabalhar para isso”, assegura aquele responsável.

A Igreja Católica local quer aproveitar o potencial religioso das comunidades apostando na educação, com escolas de fé, por zonas e arciprestados.

“As crianças já têm o seu ritmo habitual, estamos a pensar sobretudo nos adultos, nos casais e nos idosos, pessoas com grande tenacidade, para formarmos escolas com um ritmo mensal”, adianta o prelado.

De acordo com o atual presidente da Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização, a ideia é espalhar esses espaços de reflexão e oração por toda a diocese, “porque não se trata apenas de rezar mas sim de partilhar a fé”.

Nesse campo, solenidades como a Senhora dos Remédios são também essenciais, porque na opinião de D. António Couto, ajudam a renovar a fé e servem para “contrariar” o avanço do secularismo.

“Não é tanto pelas pregações que fazemos, é muito mais por aquilo que as pessoas vêm e sentem, ficam tão sensibilizadas que vão procurar mais e mais, seguramente isto será uma rampa de lançamento para podermos levar o Evangelho às famílias, às escolas, aos lares, ao barulho das cidades”, conclui.

PTE/JCP

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