«É preciso investir muito nas vocações»

«Grande objetivo» do fundador é «fazer dos jovens santos», sublinha provincial

Lisboa, 01 set 2012 (Ecclesia) – O responsável máximo da província portuguesa dos Salesianos, congregação católica dedicada à educação dos jovens, considera que a Igreja tem de dar prioridade a estratégias que favoreçam o surgimento de mais padres e religiosos.

“É preciso investir muito nas vocações”, frisa o padre Artur Pereira em declarações ao programa ECCLESIA na Antena 1, acrescentando que neste domínio a Igreja é atualmente chamada a “semear”, mais do que a “colher”.

Nas declarações a transmitir este domingo a partir das 06h00, e que na segunda-feira ficam disponíveis na internet, o religioso sublinha que a congregação está a viver “um tempo de profunda revitalização”.

A “preocupação” do sacerdote são os nove colégios, 10 mil estudantes e 14 comunidades de religiosos em Portugal e Cabo Verde, país também pertencente à província, sobretudo no que respeita ao “trabalho com os educadores”, que “se for bem feito é multiplicador” ao estender-se aos alunos.

O “grande objetivo” do fundador, São João Bosco, é “fazer dos jovens santos”, salienta o responsável, que destaca o facto de a congregação contar com cerca de 170 pessoas que foram beatificadas ou santificadas.

“Educar evangelizando, evangelizar educando” é uma máxima dos Salesianos extraída da atenção que D. Bosco, “desde pequeno”, deu à religião e ao ensino, refere o padre Artur Pereira.

O provincial lembra a atenção que o fundador dava aos jovens detidos nas prisões e às crianças que saíam das aldeias para as praças de Turim, em Itália, à procura de trabalho: “estavam expostas a tudo”.

Os “oratórios” criados por São João Bosco nasceram como espaços de espiritualidade onde se ajudavam os menores “a crescer internamente, que é o mais importante”.

A inquietação quanto à formação cultural dos mais pobres motivou depois a criação de escolas centradas na proximidade entre professores e alunos: “não se pode educar se não se está próximo dos jovens”.

“A escola não é um objetivo para D. Bosco mas uma mediação. A ideia mais importante é a salvação da alma, como se dizia no século XIX, e como hoje também se pode dizer”, acentuou o religioso.

Uma réplica da urna com restos mortais do fundador dos Salesianos percorre Portugal até 18 de setembro, no âmbito dos 200 anos do seu nascimento, que se assinalam em 2015.

“A presença de uma relíquia autêntica de D. Bosco entre nós faz-nos ser um pouco mais sensíveis a tudo o que escreveu e que nós conhecemos, e que no fundo é a sua espiritualidade e pedagogia”, explica.

O padre italiano São João Bosco nasceu a 16 de agosto de 1815 e morreu no ano de 1888, a 31 de janeiro, data em que a Igreja Católica faz a sua evocação litúrgica.

Os mais de 15 700 salesianos que trabalham em 130 países, de acordo com dados de 2010 publicados no site da congregação, exercem a sua ação em centros juvenis, colégios, escolas de formação profissional, paróquias, lares, universidades, residências e centros de comunicação social.

A família salesiana inclui a Comunidade Canção Nova, que está na origem do canal televisivo com o mesmo nome.

PRE/RJM

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