Angra: Bispo elogiou «dedicação e coerência» de D. Aurélio Granada

Antigo responsável pela diocese açoriana foi sepultado na capital da Ilha Terceira

Angra do Heroísmo, Açores, 30 ago 2012 (Ecclesia) – O bispo de Angra lembrou o seu predecessor, D. Aurélio Granada Escudeiro, sepultado esta quarta-feira na capital da Ilha Terceira, sede da diocese, como um “homem de Igreja” que serviu com “toda a dedicação e coerência”.

D. António Sousa Braga falava durante a homilia da missa exequial a que presidiu na Sé de Angra, numa intervenção publicada pelo jornal ‘A União’.

O responsável leu passagens de uma ‘mensagem de despedida’ do seu antecessor no cargo: “A todos os Açorianos deixo a certeza do meu afeto e grande reconhecimento por sua delicadeza e generosidade, com admiração por suas qualidades e virtudes, que desejo se aprimorem no amor a Deus e à Igreja”.

D. Aurélio Granada, natural de Alcains, Diocese de Portalegre-Castelo Branco, “passou 22 anos de ministério episcopal em Angra e manteve sempre uma relação de afeto com os Açores”, sublinhou o atual prelado, em declarações à Agência ECCLESIA, no dia do funeral.

Depois da missa, o cortejo fúnebre partiu em direção ao Cemitério de Nossa Senhora do Livramento, em Angra do Heroísmo, onde o bispo emérito foi sepultado no jazigo da diocese, cumprindo assim a sua vontade.

“D. Aurélio, homem de fé, distinguiu-se pela piedade eucarística. Quando exprimiu o desejo de passar nos Açores a última etapa da sua vida e ser sepultado em Angra, a única condição que punha, para escolher o local de residência, é que fosse possível celebrar a Eucaristia, todos os dias, enquanto tivesse forças para isso”, destacou D. António Sousa Braga, na sua homilia.

O bispo de Angra recordou o serviço prestado por D. Aurélio Granada num “momento histórico nada fácil: período do pós-25 de Abril, com toda a problemática da autonomia e dos movimentos independentistas”.

Na década de 80 do século passado, acrescentou, o falecido bispo “viveu as consequências do sismo, com todo o empenhamento na reconstrução, também dos edifícios religiosos”.

Na cerimónia estiverem presentes, além dos familiares do bispo emérito e do clero, membros de diversas instituições dos Açores, em particular o representante da República e uma delegação do Governo Regional.

D. Aurélio Granada Escudeiro, 37.º bispo de Angra, nasceu a 29 de maio de 1920 e fez os seus estudos nos Seminários de Gavião, Alcains e Olivais.

Ordenado padre em Portalegre, a 17 janeiro de 1943, foi escolhido pelo Papa Paulo VI para bispo coadjutor de Angra a 18 de março de 1974 e recebeu a ordenação episcopal a 26 de maio desse ano.

A 30 de junho de 1979 foi nomeado bispo residencial da diocese açoriana, na qual recebeu o Papa João Paulo II, em abril de 1991, na visita às ilhas Terceira e de São Miguel.

Apresentou a renúncia em abril de 1996 e viu D. António de Sousa Braga suceder-lhe no cargo em junho desse ano.

Regressou à sua terra natal, mas viria a fixar residência na Casa Sacerdotal de Ponta Delgada em maio de 2011, onde veio a falecer este sábado, aos 92 anos.

RJM/OC

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