Bispo de Viana alertou para «tempestades» que afetam vida quotidiana, como a violência doméstica
Viana do Castelo, 21 ago 2012 (Ecclesia) – A comunidade piscatória de Viana do Castelo homenageou esta segunda-feira a Senhora da Agonia com a procissão marítima, após uma missa presidida pelo bispo da diocese em que este alertou para as “tempestades” do quotidiano.
D. Anacleto Oliveira, citado pela edição de hoje do ‘Diário do Minho’, declarou que os barcos estão sujeitos a temporais e que as pessoas podem “imaginar o medo e a aflição” dos homens do mar nesses momentos, mas notou que “mesmo as pessoas que estão em terra estão sujeitas a tempestades”.
“As [tempestades] do mar são provocadas por forças incontroláveis da natureza e as da terra são muitas vezes provocadas pela incúria e até mesma pela maldade humana”, lamentou, abordando de seguida a “violência familiar” que “tende a aumentar” e também “as tempestades que se levantam nos locais de trabalho “, entre outras.
O bispo de Viana afirmou que “se as tempestades acontecem, é por falta de fé” e disse ainda que atos como a procissão ao mar permitem “encontrar a bonança”.
Dezenas de embarcações, com centenas de pessoas a bordo, além dos andores da Senhora de Monserrate, Senhora dos Mares, São Pedro e Senhora d’Agonia, transportados em barcos de pesca, cumpriram a tradição que se iniciou no final da década de 60 do século XX.
Para a população da Ribeira de Viana do Castelo, trata-se de uma forma de agradecer a proteção oferecida durante o ano: “Estamos a homenagear a nossa Santa para que nos abençoe e proteja a nossa comunidade piscatória”, explicou Sara Gorito.
Depois da ida ao mar, a imagem da Senhora d’Agonia passou pelas ruas da Ribeira decoradas com tapetes de sal elaborados na véspera pelos moradores.
DM/OC