Jardim apresenta Bíblia de forma «lúdica»

Árvores sugerem «dimensão humana, contemplativa e orante» de uma personalidade «projetada para o infinito»

Fátima, Santarém, 21 ago 2012 (Ecclesia) – O Jardim Bíblico que os Franciscanos Capuchinhos criaram em Fátima quer oferecer uma aproximação que complete a leitura do texto sagrado do cristianismo, considera o frei Lopes Morgado, responsável pelo espaço.

“É outra forma de chegar à Bíblia, mais lúdica, informal e talvez mais agradável”, afirmou o religioso ao programa 70 X 7 transmitido este domingo na RTP-2.

O especialista em estudos bíblicos salientou a importância das imagens que Jesus expunha nas suas pregações com o objetivo de tornar a mensagem mais clara, como é o caso da parábola do grão de mostarda.

Só vendo a sua semente é que o leitor percebe “a força da comparação feita por Jesus para falar de um reino começa por ser uma sementinha pequenina mas que cresce e se torna numa grande árvore”, frisou o frei Lopes Morgado.

Jesus recorreu diversas vezes às árvores para esclarecer o sentido das suas palavras, como sucede com as parábolas do trigo e do joio, da videira e do semeador, entre outras alusões botânicas.

[[v,d,3353,Jardim Bíblico]]O religioso sublinhou que “qualquer árvore obriga a pessoa a olhar para cima”, sugerindo a “dimensão humana, contemplativa e orante” de uma personalidade “projetada para o infinito”.

“Esta forma de ir à vida buscar o sentido que os escritores sagrados puseram em texto ajuda as pessoas a entender que, afinal, a Bíblia não é uma teoria nem um livro nascido da ideia de uma pessoa, por muito boa literata que fosse, mas algo que os leitores podiam constatar na sua existência do dia a dia”, referiu.

O jardim apresenta outros motivos que atravessam a Escritura, como acontece com a casa, “símbolo que percorre a Bíblia e que proporciona a ocasião de narrar histórias de acontecimentos concretos”, apontou.

O percurso começa à sombra de dois cedros “gigantescos” plantados em 1973, onde foram colocadas doze pedras que evocam o mesmo número de tribos de Israel e de apóstolos de Cristo.

Junto ao local onde foram plantados trigo e vides, de onde nascem o pão e o vinho que compõem o sacramento da Eucaristia, encontra-se um anfiteatro ao ar livre com capacidade para 100 pessoas, que coincide com o espaço evocativo do cenáculo, onde Jesus se reuniu com os apóstolos para a sua última ceia antes da morte.

O frei Lopes Morgado procura que cada símbolo presente no jardim tenha referências do Antigo e do Novo Testamento, ao mesmo tempo que remete “para o recolhimento interior e para a abertura da pessoa para fora de si mesma”.

70X7/RJM

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Agência ECCLESIA

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