Europa: Líderes cristãos da Rússia e da Polónia assinaram mensagem de reconciliação

Patriarca ortodoxo de Moscovo e presidente da Conferência Episcopal Polaca recordam dramas do século XX

Varsóvia, 17 ago 2012 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Polaca, D. Jozef Michalik, e o patriarca ortodoxo de Moscovo (Rússia), Cirilo I, assinaram hoje em Varsóvia uma mensagem que apela à reconciliação entre os dois países, revelou a Rádio Vaticano.

“Os nossos povos irmãos estão unidos não só por uma vizinhança secular mas também por uma rica herança cristã oriental e ocidental”, escrevem os responsáveis cristãos, que destacam a importância da religião na definição da “identidade, fisionomia espiritual e cultural” de cada país.

O documento diz que as Igrejas querem “para sanar as feridas do passado” e “superar os recíprocos preconceitos e incompreensões”, na busca de reconciliação.

O exército da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas invadiu a Polónia a 17 de setembro de 1939, sem declaração formal de guerra, um ato considerado como “agressão” pelos polacos, mas que os russos justificam com a necessidade de se proteger do avanço do exército nazi da Alemanha.

“O diálogo deve ajudar a conhecermo-nos melhor, a restabelecer a confiança recíproca, visando a reconciliação, o que supõe também estar pronto para perdoar as ofensas e as injustiças sofridas”, sublinham o presidente da Conferência Episcopal Polaca e o patriarca ortodoxo de Moscovo.

A mensagem fala ainda num “dever em relação às vítimas do passado” e refere-se expressamente às “trágicas experiências do século XX”, desde os regimes ateus a que os dois países estiveram submetidos até às duas Guerras Mundiais.

“Os acontecimentos da nossa história comum, muitas vezes difícil e trágica, geram por vezes pretensões e acusações recíprocas, que não permitem sanar velhas feridas”, assinala o texto, que remete a “urgente tarefa” da clarificação dos factos para as comissões e grupos de trabalho constituídos por historiadores e especialistas.

“Uma reconciliação duradoura, fundamento de um futuro pacífico, só será possível tendo como base a plena verdade sobre o nosso futuro comum”, pode ler-se.

OC

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Agência ECCLESIA

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