52 anos de entrega ao escutismo

Lisboa, 03 ago 2012 (Ecclesia) – Vítor Faria, anfitrião do Acampamento Nacional de Escuteiros (ACANAC) que se inicia este sábado em Idanha-a-Nova, tem mais de meio século de dedicação ao movimento e afirma que o segredo do escutismo está na “entrega ao outro”.

O antigo chefe nacional defende que este é “um caminho para a vida adulta” e que “não se é escuteiro quando se entra”, porque este é um “processo de formação”.

O atual diretor do Centro Nacional de Atividades Escutistas (CNAE) começou por integrar o agrupamento da Amadora, Patriarcado de Lisboa, em 1960, aos 13 anos de idade, fascinado pelos acampamentos, e lembra o acampamento de 1964, na Covilhã, como um “grande momento”, no qual, entre outras atividades, teve de fazer um chá na Serra da Estrela.

“Foi muito interessante, foi uma série de descobertas, coisas que marcam muito”, refere, em entrevista concedida ao Programa ECCLESIA na Antena 1, que poderá ser acompanhada este domingo (06h00).

O responsável diz que viveu uma experiência marcante, pelo confronto com a natureza – “na Serra da Estrela podem estar zero graus em agosto” – e principalmente pelo ambiente de camaradagem que se gerou entre grupos provenientes de diversas regiões do país e também do estrangeiro.

“Na altura o escutismo na Polónia estava proibido mas os filhos dos polacos no exílio vinham cá. Em todas as nossas equipas tínhamos um jovem polaco e foi muito interessante esta partilha”, aponta Vítor Faria.

Recordando “condições de vida muito diferentes” em que muitas vezes não havia sequer dinheiro para o uniforme e se saía de casa com as refeições, o antigo chefe nacional presta homenagem a dirigentes “muito generosos, muito dedicados” que contribuíram para o crescimento do escutismo.

O diretor do CNAE, implantado na região de Castelo Branco, 250 km a nordeste de Lisboa, destaca a participação de mais de 17 mil crianças, adolescentes e jovens no 22.º ACANAC do Corpo Nacional de Escutas.

Vítor Faria admite que esperava “uma quebra” no número de inscrições, face à crise que afeta o país, manifestando surpresa pelo “salto enorme” que se verificou nas presenças confirmadas.

“É a festa do escutismo”, complementa.

O ACANAC 2012 – Acampamento Nacional de Escuteiros, que decorre até ao próximo dia 10, tem como lema ‘Educar para a Vida’, expressão lançada pela Organização Mundial do Movimento Escutista para responder à questão ‘que pretende/faz o Escutismo’.

A atividade, que se realiza habitualmente a cada quatro anos, recebe 2800 “lobitos” (dos 6 aos 10 anos), 5800 “exploradores” (entre os 10 e os 14 anos), 5600 “pioneiros” (dos 14 aos 18), 2100 “caminheiros” (a partir dos 18 até aos 22 anos) e 700 adultos.

PRE/JCP/OC

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Agência ECCLESIA

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