Bragança-Miranda: Bispo acredita que reestruturação pastoral favorecerá «comunhão» entre presbíteros, diáconos e leigos

D. José Cordeiro admite que têm surgido «resistências» ao projeto mas pior do que isso seria «a indiferença»

Lisboa, 31 jul 2012 (Ecclesia) – O bispo de Bragança-Miranda está empenhado em fazer da reestruturação pastoral da diocese um meio privilegiado para a implementação de uma “relação de maior comunhão” entre presbíteros, diáconos e leigos.

Em entrevista que vai ser hoje transmitida no Programa ECCLESIA (RTP2, 18h30), a respeito do início de um processo que prevê a junção de mais de 320 paróquias em 40 unidades pastorais, D. José Cordeiro admite que as alterações são significativas e podem estar sujeitas a “resistências”.

No entanto, o prelado acredita que o projeto é essencial para que a Igreja local consiga responder adequadamente às necessidades de uma comunidade que, “em termos territoriais” é “a quinta maior diocese do país” mas, em contrapartida, conta com uma população de apenas 136 mil habitantes e que se encontra “muito dispersa”.

A alteração do modelo organizativo da Igreja Católica de Bragança-Miranda, que incluirá também a redução dos arciprestados que compõem o território, vai ao encontro das “exigências” de um tempo marcado pela “escassez de presbíteros” e pela “diminuição dos fiéis”, aponta o mesmo responsável.

D. José Cordeiro espera que a criação das unidades pastorais favoreça o “trabalho em equipa” entre aqueles que têm como missão espalhar a Palavra de Deus e está aberto a apoiar dificuldades e a esclarecer as dúvidas existentes nesta fase.

Segundo o bispo, têm surgido algumas vozes discordantes, vindas de “vários setores, de várias pessoas”, mas pior do que isso seria “a indiferença”.

“O evangelho incomoda, é como uma ferida e é isto que dá sentido à nossa vida”, salienta.

Neste momento, 29 das 40 unidades pastorais já foram definidas e vão ser brevemente entregues a uma equipa de sacerdotes que ficará responsável pela gestão de um número determinado de paróquias vizinhas.

As outras só serão implementadas no decorrer do próximo ano pastoral, sendo que até lá as paróquias continuarão confiadas à responsabilidade do pároco respetivo.

O processo de reestruturação de Bragança-Miranda já havia sido pedido há 45 anos, no seguimento do Concílio Vaticano II, mas só em 2010 é que avançou definitivamente, depois da participação da diocese no desafio lançado pela Conferência Episcopal Portuguesa, “Repensar juntos a Pastoral da Igreja em Portugal”.

“No dia 17 outubro de 2011, cerca de 15 dias depois da minha ordenação, a assembleia do clero voltou a pedir a reestruturação a par da formação permanente do clero e dos leigos”, recorda D. José Cordeiro, que olha para o momento atual da sua comunidade como uma época de “renovação e desafio”.

“Vai ser um caminho progressivo mas isto só por si não basta”, sublinha o prelado, para quem “o que traz a renovação à Igreja é a abertura ao Evangelho da esperança, da alegria” e também “uma conversão pastoral e sobretudo do coração”, que transforme clero e leigos em “testemunhas credíveis do Evangelho”.

PTE/PR/JCP

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Agência ECCLESIA

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