D. António Carrilho fala em «calamidade», condenando irresponsabilidade de incendiários
Funchal, Madeira, 19 jul 2012 (Ecclesia) – O bispo do Funchal manifestou hoje a sua “solidariedade espiritual” e “profunda comunhão” com as pessoas atingidas pelos incêndios que assolam a Madeira, que considerou uma “calamidade”, e prometeu o apoio da Igreja às populações.
“Toda a nossa diocese, com as suas paróquias e instituições, vive momentos de grande sofrimento e apreensão, devido aos incêndios que assolam várias partes da nossa ilha”, sublinha D. António Carrilho, numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
Uma série de incêndios atinge diversas áreas da ilha desde terça-feira, sendo as situações mais críticas neste momento os focos nos concelhos da Calheta, Funchal e Santa Cruz, que originaram a retirada de centenas de pessoas.
D. António Carrilho adianta que a Diocese do Funchal, através da Cáritas, “que mais uma vez se colocou no terreno desde a primeira hora”, vai procurar prestar apoio “às necessidades das populações que têm sido e estão a ser afetadas”.
O prelado pede aos sacerdotes responsáveis pelas paróquias das zonas mais atingidas que “acompanhem de maneira muito fraternal e próxima todos aqueles que passam por grandes dificuldades”.
O bispo diocesano alarga a sua solidariedade a toda a população da Madeira, “profundamente chocada, angustiada e impotente para resolver de forma rápida e satisfatória um problema de tão grandes proporções” e “consequências ainda imprevisíveis”.
Este responsável alerta para as dificuldades que os fogos podem criar à vida “pessoal, social e económica de tanta gente”.
“Não posso deixar de transmitir de fé e de esperança cristã, que em tantas outras ocasiões têm constituído elementos extraordinários de ânimo, e fortes apelos à autoestima e superação de abatimentos psicológicos”, indica.
Admitindo que a ilha vive “situações graves e difíceis”, o bispo deixa uma palavra de “apreço e gratidão” aos que se empenham no combate aos incêndios, nomeadamente aos bombeiros.
Os “soldados da paz”, destaca o prelado, têm dado “toda a sua coragem, força e determinação, sem descanso, ao longo destes dias”.
D. António Carrilho criticou, por outro lado, as ações “inaceitáveis e reprováveis” que têm na sua base “irresponsabilidade, negligência ou crime premeditado”.
As suspeitas de fogo posto, “sejam quais forem os motivos”, levam o bispo a interrogar-se sobre “os sentimentos humanos, valores e sentido de responsabilidade de quem pratica tais atos”.
A Cáritas tem desde esta madrugada cerca de 50 voluntários prontos a apoiar as vítimas dos fogos.
“Duas equipas de intervenção foram acionadas ontem [quarta-feira] à noite e posicionaram-se de imediato no quartel do Regimento de Guarnição 3 logo que a Segurança Social nos fez o pedido oficial de ajuda”, declarou hoje à Agência ECCLESIA o presidente da Cáritas Diocesana do Funchal.
José Manuel Barbeito disse ainda que recebeu telefonemas de voluntários a oferecerem-se para ajudar, tendo-lhes pedido para ficarem de prevenção e disponíveis para render as equipas no terreno.
OC