Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes lembra ação de capelães e voluntários para atenuar «sofrimentos» dos profissionais
Cidade do Vaticano, 07 jul 2012 (Ecclesia) – A agitação do mar, os ataques dos piratas e as insuficientes condições laborais enfrentadas pelos profissionais marítimos constituem alguns dos aspetos referidos na mensagem alusiva à Jornada do Mar, que a Igreja Católica assinala este domingo.
“Constatamos que os marinheiros trabalham em condições sub-humanas, a bordo de embarcações velhas e enferrujadas, são vítimas da criminalização e do abandono, com frequência recebem o pagamento do seu salário com atraso, e até mesmo, muitas vezes, não lhes é depositado”, denuncia o texto do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.
A realização anual do ‘Domingo do Mar’ pretende sensibilizar as comunidades cristãs e as outras instâncias da sociedade a agradecer o “trabalho” e os “sacrifícios” feitos pelos marinheiros, que contribuem para tornar a vida mais confortável, aponta a mensagem assinada pelo presidente do organismo do Vaticano, o cardeal italiano Antonio Maria Vegliò.
O texto frisa que os profissionais do mar não devem ser discriminados por causa da sua “nacionalidade, cor da pele ou religião” e recorda que são “obrigados a viver longe de seus entes queridos e amigos durante muitos meses consecutivos, compartilhando o espaço limitado da embarcação com outros membros da tripulação de diferentes nacionalidades”.
“Consideramos os marinheiros como indivíduos que manifestam, com ações simples, sua profunda confiança em Deus, que buscam orientações e força através da participação nas celebrações eucarísticas e nos encontros de orações, assim como no silêncio das orações pessoais”, salienta o documento.
O Conselho Pontifício dos Migrantes e Itinerantes reitera o apelo para que a Convenção sobre o Trabalho Marítimo de 2006 “seja ratificada o mais rapidamente possível para garantir a plena proteção e condições dignas de trabalho para os mais de 1,2 milhões de marinheiros no mundo”.
A mensagem lembra que o Apostolado do Mar, estrutura da Igreja Católica criada há mais de 90 anos, acompanha através de capelães e voluntários os “sofrimentos” dos profissionais que trabalham nas pescas, navios de cruzeiro e transporte de mercadorias por via marítima, que representa “90% do comércio mundial”.
O 23.º Congresso Mundial do Apostolado do Mar, agendado para 19 a 23 de novembro, no Vaticano, vai ser dedicado ao tema “Nova Evangelização e o mundo marítimo (novos meios e instrumentos para proclamar a Boa Nova)”.
RJM