Situação esteve em debate durante a festa diocesana em honra das famílias, em Monção
Viana do Castelo, 05 jun 2012 (Ecclesia) – O regresso dos filhos às casas dos pais e o conceito de “família alargada” são realidades cada vez mais presentes na Diocese de Viana do Castelo, devido à crise económica.
Em entrevista concedida hoje à Agência ECCLESIA, José Luís Carvalhido da Ponte, coordenador do Secretariado Diocesano para a Pastoral da Família (SDPF), adiantou que “muitos jovens estão a regressar à casa paterna, deixando para trás as habitações compradas ou alugadas que não têm condições para pagar”.
“O desemprego está a bater à porta de muita gente e as dificuldades sentem-se também através das crianças que chegam à escola sem pequeno-almoço”, acrescentou aquele responsável.
De acordo com José Luís Carvalhido da Ponte, “para várias crianças da região, a única refeição do dia é consumida na escola”.
Esta situação esteve em debate no último domingo, em Monção, durante uma festa que a Diocese de Viana do Castelo dedicou a todas as famílias.
O programa do evento, inserido no dia da Santíssima Trindade, incluiu uma pequena “tertúlia” organizada pelo SDPF, em que se procurou “chamar as paróquias à solidariedade” para com os mais necessitados.
Uma das ideias mais reforçadas durante o encontro foi a necessidade de promover uma “solidariedade inter-famílias”, que permita atender a todos os problemas e que favoreça uma aplicação mais eficaz dos apoios disponíveis.
José Luís Carvalhido da Ponte recordou ainda a situação das “famílias migrantes”, que “caem muitas vezes de paraquedas na região”, vindas de outros pontos do país ou do estrangeiro.
“Cuidar do bem-estar dessas pessoas é também assegurar o bem-estar da Diocese”, sublinhou.
O “Dia da Família” prosseguiu depois com uma marcha pelas ruas da vila de Monção, em favor do “matrimónio cristão, da família e da vida”.
Acompanhadas de cartazes com citações inspiradas em textos do Papa Paulo VI e também de João Paulo II, como “O Homem é o caminho da Igreja” ou “Família torna-te o que és, comunidade de vida e de amor”, cerca de duzentas pessoas procuraram “entusiasmar” os cidadãos para a defesa dos “valores da família”.
“Se tanta gente, pelas razões mais variadas possíveis, se atrevem a fazer marchas, porque não dar as mãos para afirmar, de forma simpática e feliz, que o sacramento do matrimónio vale a pena?”, questionou o coordenador do SDPF.
A caminhada terminou na Igreja Matriz de Monção, onde o bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, abençoou 30 casais que assinalavam 25, 50 e mesmo 65 anos de ligação.
“Hoje em dia, quando as relações são tão efémeras, em que à mínima coisa as pessoas partem para outra relação, qualquer uma destas datas é digna de festa”, salientou José Luís Carvalhido da Ponte.
JCP