Papa de regresso após lembrar divorciados

Cerca de dois milhões de pessoas estiveram com Bento XVI em Milão, ao longo de programa de três dias dedicado às famílias

Cidade do Vaticano, 03 jun 2012 (Ecclesia) – Bento XVI regressou hoje ao Vaticano após uma visita de três dias a Milão, no norte de Itália, onde presidiu ao encerramento do 7.º Encontro Mundial das Famílias (EMF) e lembrou, várias vezes, a situação dos católicos divorciados.

“Quero dedicar uma palavra também aos fiéis que, embora compartilhando os ensinamentos da Igreja sobre a família, estão marcados por experiências dolorosas de falência e separação. Sabei que o Papa e a Igreja vos apoiam no vosso sofrimento e na vossa fadiga”, disse o Papa esta manhã, na missa conclusiva do encontro, que reuniu cerca de um milhão de pessoas.

“Encorajo-vos a permanecer unidos às vossas comunidades, enquanto almejo que as dioceses assumam adequadas iniciativas de acolhimento e proximidade”, acrescentou.

No sábado, perante 350 mil pessoas, Bento XVI tinha abordado o tema dos católicos que, após o divórcio, se voltaram a casar, admitindo que este é “um dos grandes sofrimentos da Igreja de hoje”.

“Não temos soluções fáceis”, observou, em resposta às questões colocadas por um casal brasileiro, sublinhando que a Igreja “ama” as pessoas que estão nessa situação e que as mesmas “devem ver e sentir esse amor”.

As paróquias e comunidades católicas, referiu o Papa, devem fazer “todos os possíveis” para que os recasados sintam “que não estão fora, ainda que não possam receber a absolvição [na confissão] e a eucaristia”.

“Mesmo sem a receção corporal do sacramento, podemos estar espiritualmente unidos a Cristo no seu corpo”, acrescentou, antes de pedir que os divorciados “encontrem realmente a possibilidade de viver uma vida de fé”.

O EMF 2012 contou com a presença da Associação de Famílias Cristãs Separadas, cujo vice-presidente, Emanuele Scotti, disse à Rádio Vaticano que “existe uma grande atenção e uma grande abertura para o acolhimento das pessoas que viveram e vivem este drama”.

Durante o encontro foram lembradas as famílias afetadas pela crise económica e as vítimas dos recentes sismos no norte da Itália, para as quais foram canalizados 500 mil euros, por decisão do Papa.

Bento XVI falou da família como “principal património da humanidade”, pediu responsabilidade aos políticas e desafiou os mais jovens a assumirem os valores católicos no seu quotidiano.

O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse na conferência de imprensa final do encontro que entre 1,5 a 2 milhões de pessoas estiveram com o Papa em Milão, desde sexta-feira, e que esta sentiu grande alegria pelos “três belíssimos dias de visita pastoral”.

Antes de deixar a cidade italiana, Bento XVI almoçou com representantes das famílias presentes no evento, oriundas de mais de 150 países, incluindo Portugal.

As pessoas escolhidas vinham de sete nações: Iraque, R. D. Congo, México, Espanha, Austrália, Itália e EUA, mais precisamente de Filadélfia, a cidade que em 2015 vai acolher o próximo Encontro Mundial das Famílias, como anunciou hoje o Papa.

OC

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