Cáritas por um mundo sem fome

Congresso Internacional sobre Segurança Alimentar decorre na Áustria

Viena, 01 jun 2012 (Ecclesia) – As confederações europeia e internacional da Cáritas promovem entre hoje e amanhã um congresso sobre a fome no mundo e a segurança alimentar, alertando para o “escândalo” que representa a negação deste “direito básico da humanidade”.

“Falar de ‘fome’ não é apenas falar de um fenómeno natural com causas sociais, económicas e políticas. É falar de uma tragédia global que poderia ser evitada”, assinala um comunicado da organização católica enviado à Agência ECCLESIA.

A iniciativa, intitulada ‘Futuro sem Fome’, “quer lançar um olhar em profundidade sobre a evolução da segurança alimentar, o comércio global e as catástrofes relacionadas com a fome”, acrescenta o documento.

Entre outras preocupações, os participantes alertam para a “apropriação indevida das terras públicas” e pedem uma “moratória sobre a importação de agrocombustíveis”.

O programa prevê a intervenção de 33 oradores de 19 países diferentes, entre os quais se encontra Isabel Jonet, recentemente nomeada presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

Na abertura dos trabalhos estiveram, entre outros, Kristalina Georgieva, Comissária da União Europeia para a Cooperação Internacional, Ajuda Humanitária e Resposta à Crise, e o cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, presidente da Caritas Internationalis.

“Todos os dias, as organizações da Cáritas em todo o mundo testemunham casos de pessoas que passam fome”, alerta a instituição da Igreja Católica, presente em mais de 150 países, incluindo Portugal.

Utilizando este trabalho de base, a organização reuniu 11 “reivindicações políticas”, que serão discutidas no Congresso de Viena.

A Cáritas apela ao respeito pelo “direito à alimentação” e ao reconhecimento da “importância da agricultura para o desenvolvimento”, destacando a necessidade de apoio à agricultura familiar.

A instituição internacional pede ainda “ajuda aos sistemas alimentares para lidar com as mudanças climáticas” e a “coerência das políticas para o combate à pobreza e à fome”.

O comunicado refere que é urgente “parar o comércio injusto na agricultura” e “regulamentar a especulação do mercado sobre os alimentos”.

A Cáritas Europa lança em Viena aquilo a que chama de ‘10 mandamentos para um Futuro sem Fome’.

“Honra a terra e o trabalho para combater as mudanças climáticas, para que todos tenham uma vida mais longa e uma terra melhor”, exige um dos ‘mandamentos’, nos quais se condenam a guerra e a corrupção.

OC

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