Acolher, conhecer e ajudar os imigrantes foram os objectivos fundamentais da semana das minorias culturais, que decorreu na Diocese de Setúbal de 16 a 23 de Março. Todas as actividades pretenderam mover a Igreja a ser sinal de acolhimento e interesse pelos imigrantes. Organizada pelo Serviço Diocesano das Migrações e pela Cáritas diocesana, esta semana integra-se na semana nacional da Cáritas, “sem fronteiras nem barreiras” e pretendeu “sensibilizar a comunidade cristã para as questões que se colocam às comunidades estrangeiras e chegar ao contacto com os imigrantes para os ajudar e informar, conhecendo os seus problemas”, revela o Pe. Manuel Soares em declarações à Agência ECCLESIA O director do Serviço Diocesano de Migrações explica que é intenção deste serviço “criar uma rede de esclarecimento e ajuda e para isso quisemos, através de vários actos – como a Eucaristia das Nações, sessões de esclarecimento, colóquios com especialistas e responsáveis políticos, exposições de arte, etc.” A aprovação da nova lei da imigração e uma crescente recusa da sociedade em acolher os imigrantes são problemas que preocupam a Diocese de Setúbal, como explicou o nosso entrevistado: “é compreensível que a primeira reacção seja de recusa, medo expectativa em relação ao que chega, sobretudo num momento de crise, de dificuldade de trabalho, de redução dos meios económicos. Não obstante, temos de ajudar as pessoas a verem o lado positivo que a imigração pode trazer, no sentido dos imigrantes emprestarem o seu trabalho, esforço e capacidades – mesmo a nível intelectual.” A posição da Igreja Católica tem uma orientação bem clara, defende o Pe. Soares: “é certo que não podemos acolher todos os que queriam vir para o nosso país, mas temos de encontrar maneiras de proporcionar aos que já cá estão condições de vida dignas” E conclui com convicção: “impedi-los de se legalizarem não resolve os problemas.”