Vaticano: Bento XVI pede ajuda para sobreviventes dos sismos em Itália

Entre as dezenas de vítimas mortais está um padre atingido por um destroço quando tentava salvar uma imagem da Virgem

Cidade do Vaticano, 30 mai 2012 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje ajuda para os sobreviventes dos sismos na região italiana de Emilia Romagna, que segundo a agência ANSA causaram 23 mortos, centenas de feridos e cerca de 14 mil deslocados.

“Estou próximo dos feridos em oração e afeto, como também daqueles que sofreram dificuldades, e exprimo as mais sentidas condolências aos familiares de quantos perderam a vida”, afirmou Bento XVI no Vaticano, segundo texto enviado à Agência ECCLESIA.

Dirigindo-se aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral semanal, o Papa fez votos de que com “a ajuda de todos e a solidariedade de todo o país se possa retomar o mais depressa possível a vida normal” na região, “duramente provada”.

“O meu pensamento vai uma vez mais para a querida população da Emília, atingida por mais fortes abalos sísmicos, que causaram vítimas e danos graves, especialmente nas igrejas”, acrescentou.

[[v,d,3162,]]Esta noite registaram-se mais de 40 réplicas na Emilia Romagna, no nordeste da Itália, 450 km a norte de Roma, que nos últimos 10 dias foi atingida por dois terramotos de magnitude 5.9 e 5.8, o último dos quais registado esta terça-feira.

Entre as vítimas encontra-se o padre Ivan Martini, de 65 anos, pároco de Rovereto, que na manhã desta terça feira entrou na sua igreja para retirar algumas das imagens, em particular uma da Virgem Maria de que alguns fiéis eram especialmente devotos.

O sacerdote foi surpreendido por um abalo sísmico, tendo sido atingido pela queda de um destroço, e os dois bombeiros que o acompanharam não o conseguiram salvar, relata a Agência ANSA, acrescentando que outro padre ficou ferido na Basílica de Carpi, sede da diocese com o mesmo nome.

As catequeses que Bento XVI tem dedicado à oração centraram-se esta manhã na segunda carta que São Paulo escreveu à comunidade cristã de Corinto, onde o apóstolo testemunha que “mesmo estando prisioneiro permanece interiormente livre”.

A intervenção comparou a fidelidade divina com a falta de lealdade humana: “Nas nossas relações com outros temos dificuldades em preservar no amor gratuito, que exige esforço e sacrifícios”.

A “consolação de Deus” dada aos fiéis na sua “oração diária” não é um “mero lenitivo para a dor, mas um estímulo” para que os cristãos não se deixem “vencer pelas dificuldades”, vincou.

Na alocução em português o Papa desejou aos peregrinos lusófonos que se mantenham “firmes no caminho de Deus”: “Tomai por modelo a Virgem Mãe. Fez-se serva do Senhor e tornou-se a porta da vida, pela qual nos chega o Salvador”.

Bento XVI saudou ainda os membros de uma seleção de futebol composta por padres, fiéis vietnamitas da arquidiocese de Ho Chi Minh, encabeçados pelo cardeal Jean-Baptiste Pham Minh Mân, e os participantes do simpósio entre budistas e cristãos que decorre em Castel Gandolfo, próximo do Vaticano.

RJM

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