Educação: Licenciatura em Filosofia da Universidade Católica tem mais ensino pela internet e menos aulas presenciais

Ciência do «amor pelo saber» tem palavra a dizer na prevenção e resolução das dificuldades económicas

Lisboa, 03 mai 2012 (Ecclesia) – A Universidade Católica Portuguesa (UCP) prepara-se para lançar a quarta edição da licenciatura em Filosofia através de um regime em que o ensino decorre sobretudo pela internet, reduzindo a necessidade da deslocação à sala de aula.

“Por cada disciplina temos apenas quatro sessões presenciais por semestre, enquanto que o restante trabalho é feito na plataforma ‘online’, onde o aluno pode interagir com professores e colegas”, explicou hoje à Agência ECCLESIA o coordenador da Área Científica de Filosofia da Faculdade de Ciências Humanas da UCP.

Carlos Morujão sublinhou que o denominado ‘b-learning’ não implica “perda de qualidade” em relação ao ensino tradicional, maioritariamente assente na transmissão de conteúdos na sala de aula.

“A vantagem é toda para o aluno, que pode elaborar o seu próprio horário e plano de trabalho sem ter de se deslocar diariamente à universidade, permitindo a frequência do curso mesmo que trabalhe longe de Lisboa”, assinalou

A plataforma oferece vários recursos, como fóruns, ‘chats’, glossários e conteúdos áudio e vídeo, realçou o responsável, acrescentando que cada professor programa a sua disciplina recorrendo àquelas potencialidades, que se juntam às lições escritas.

Desde o lançamento do curso, em fevereiro de 2010, inscreveram-se cerca de 35 candidatos, maioritariamente da área de Lisboa mas também de regiões como Bragança, Madeira e Algarve.

As saídas profissionais mais habituais são ensino, investigação, carreira diplomática e atividades de gestão cultural, embora haja “muitas pessoas já inseridas no mercado de trabalho que procuram o curso como segunda formação, para adquirirem mais competências”, adiantou.

“Há um grau de satisfação muito grande dos alunos pelo tipo de ensino que ministramos. E nós sentimos que estamos a satisfazer a necessidade de quem queria ter acesso à Filosofia e estava impedido de o fazer porque trabalhava ou estava longe das cidades onde existem essas licenciaturas”, disse.

O responsável indicou que a recetividade do curso tem superado as expectativas e manifestou a convicção de que o número de candidatos seria maior não fosse a “situação de crise financeira, em que as pessoas contam o seu dinheiro”.

O investigador salientou também que a ciência do ‘amor pelo saber’ tem uma palavra a dizer na prevenção e resolução das dificuldades económicas.

“A Filosofia pode intervir neste âmbito porque há muitas decisões de ordem económica e financeira que foram tomadas sem conhecimento da realidade humana e social e da psicologia dos decisores e dos visados por essas opções”, justificou.

Carlos Morujão vincou ainda que a Filosofia continua a “remar contra a maré” de uma sociedade que se distingue pela “grande superficialidade” e “afastamento” em relação às realizações superiores da cultura.

RJM

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